terça-feira, 9 de junho de 2020

Sou Pastor de uma Seita? - Refutações a Calúnias e Difamações (Parte 1)



Esse é um texto em grande medida pessoal. Um artigo que fala sobre mim, o dono deste blog. O intuito é desmentir algumas afirmações que um indivíduo ressentido, expulso da igreja conforme a doutrina cristã da excomunhão (para verificar sua biblicidade, veja este sermão) e a prática milenar do cristianismo. As refutações teóricas estão quase todas já acabadas e faremos referências às refutações no decorrer texto - essas referências precisam, necessariamente, ser lidas, ou então o leitor poderá achar que faltou refutar um ponto ou outro. É muito importante que sejam acessadas. Este texto, especificamente, trata de lidar com as distorções e mentiras sobre minha biografia pessoal, sobre a minha vida e, consequentemente, sobre a história da igreja que o Senhor me deu o privilégio, honra e responsabilidade de pastorear.
O histórico mentiroso ao qual me refiro se encontra aqui. Temos o texto salvo em imagens, caso, como é prática de tal difamador, ele o altere depois de desmentido e refutado. Sugerimos, inclusive, a leitura do texto para que este daqui seja melhor compreendido. Sem mais delongas, passemos para a refutação.
Pra começo de conversa, ele já começa se colocando como um paladino da justiça e da moralidade, da integridade dos indivíduos e está movido, portanto, por tal senso ético para nos denunciar. Supostamente, a igreja está fazendo muito mal às pessoas e há muitos indivíduos que sofrem nas nossas mãos - particularmente nas minhas mãos, o grande malvado e diabólico "líder da seita". Pois bem, a imagem passada, é claro, é a de uma seita maligna manipuladora de pobres almas tolas vítimas dos meus ardis. A própria escolha do termo 'seita' já é curiosa. O indivíduo que faz essas acusações não pertence a qualquer igreja histórica. É um homossexual assumido e praticante, que defende todas as pautas que as igrejas históricas rechaçam como pecaminosas. Ele mesmo nos parece que participava de uma 'igreja inclusiva' quando publicou esse artigo. O termo é, portanto, meramente retórico, embora, mais ao final, haja algumas distorções relativas a nossa suposta postura de seita.

Sou um Líder de Seita?

Ele identifica que uma seita é um grupo faccioso que divide igrejas. Essa é uma definição paupérrima. Muitas igrejas surgiram de divisões em outras igrejas por diferenças teológicas e divergências de pensamento. Nem sempre, infelizmente, de forma amigável. Mas ninguém ousa chamá-las de seita por causa disso. A Igreja Presbiteriana Independente surgiu de um cisma com a Igreja Presbiteriana do Brasil no início do século XX. A Bible Presbyterian Church saiu da Orthodox Presbyterian Church, que por sua vez saiu das principais igrejas presbiterianas americanas e assim por diante. Uma pesquisa rápida na história da igreja mostraria que tal critério tornaria quase todas as igrejas numa seita, o que é um absurdo dito somente por um sectário.

Depois, diz, corretamente, que uma seita se propõe ser a única igreja verdadeira e condena todas as demais como apóstatas e coisas do tipo. Isso é bem verdade, só não é verdade sobre nós. Qualquer um poderá verificar nos vídeos do canal nós falando sobre outras igrejas como verdadeiras desde o início. Isso também se verifica na própria relação que temos com tantos outros irmãos de denominações diferentes. Mas, para não nos delongarmos nisso, este artigo aqui trata de estabelecer nossas posições e demonstrar que não nos encaixamos nem nunca o fizemos nesse quesito. E, mais, logo adiante ele diz que tratamos a todos os que discordam como inimigos, e o artigo supramencionado trata de mais uma vez desmentir pontualmente tal disparate. Até mesmo dentro da nossa igreja local nós admitimos no quadro de membros pessoas que não pensam como nós! Só aqui já temos o bastante para demonstrar serem completamente falsa e tola a acusação de nós como seita.

O difamador diz também que uma seita é essencialmente vitimista, e que faz isso para se defender de quaisquer críticas como meras perseguições. Ele, claro, não pode possuir qualquer prova de que tenhamos feito isso. Que acusamos a muitos de nos difamarem, caluniarem e mentirem a nosso respeito, é verdade. Esse próprio texto o faz. Mas em momento algum nos furtamos ao diálogo, ao debate e ao teste de nossas convicções. Pelo contrário. Estamos inseridos publicamente nesses embates nas redes sociais e nosso canal no Youtube ou páginas no Facebook sempre estiveram abertos para críticas e debates. E em lugar algum se achará um argumentum ad lapidem como esses, onde uma crítica feita é respondida com alardes de perseguição.
Esse critério é tão mal estabelecido quanto aquele primeiro, sobre 'dividir igrejas'. Afinal, se esse critério for levado a sério, qualquer igreja que realmente for perseguida e o anunciar, será vista como seita. O que faria a própria igreja primitiva em peso não passar de uma seita, afinal, viveu sobre constantes perseguições, difamações e calúnias, e o disse tão alto que até hoje ouvimos suas queixas.

Outro critério é o de 'ostracizarmos'. Como já dissemos na introdução, tudo o que praticamos não passa da própria prática da igreja há séculos! Excomunhão não é uma prática exclusivamente nossa. E ainda encontramos respaldo bíblico para todas as ações, incluindo a exposição do indivíduo para que a igreja mesma aprove o ato. Portanto, outra vez, se nossa prática de disciplina e exclusão nos configura como seita, não somente nós mas um grupo enorme dentro da cristandade deveria ser considerado uma seita perigosa e desumana. Pior ainda, a própria Bíblia é que assim seria considerada, pois, como dissemos no início, essa é uma prática que os cristãos derivaram da própria Escritura Sagrada.

Ainda há espaço para mais uma definição imprecisa de seita. Ele fala que as seitas se enxergam nalguma missão especial. Bom, toda a cristandade, em certo sentido, se acha numa missão especial, a saber, a da proclamação do Reino de Deus, a da luta pela causa de Cristo. Podemos diferir - e não estamos sozinhos - acidentalmente de um ponto ou outro, mas o que defendemos na nossa igreja não tem absolutamente nada de diferente. Quanto à nossa esperança de sucesso, compartilhamos a mesma que possuem todos os pós-milenistas e, em alguma medida, a mesma esperança que própria visão transformacional dos descendentes de Kuyper defendem. Portanto, todos os cristãos se vêem numa missão especial. Ou todo o cristianismo é seita, o que é absurdo, ou esse critério é extremamente tolo, o que é o caso.

Por fim, ele nos acusa de controlar a vida das pessoas. Supostamente, controlamos o que deve ser lido, os cursos e empregos a serem ocupados e o que se pode pensar ou conhecer. Também, supostamente, monopolizamos a vida dos membros e exigimos dedicação total e exclusiva. Isso é simplesmente falso. Qualquer pessoa da igreja pode muito bem ler o que bem entender. Nós, claro, temos o interesse em doutrinar, como toda igreja o faz - nossa diferença com a doutrinação nas instituições públicas é que isso não é admitido por muitas delas. Então, iremos sugerir as leituras que achamos melhor, inclusive as refutações que nos parecem boas a determinado pensamento que o indivíduo manifesta. A alternativa é sempre a do convencimento racional. Inclusive, muitos autores recomendados nem mesmo adotam boa parte de nossas convicções. E já expusemos vídeos de pregadores com pensamento oposto ao nosso em nossas programações. Quanto ao que devem fazer de suas vidas, naturalmente nos intrometemos, como toda boa igreja o faz. Há serviços inadequados. Há vocações que reclamam a atenção. Mas não tivemos um caso ainda de disciplinar alguém por algum serviço que estava prestando. Já houve, claro, orientações quanto a ambientes que deveriam ser evitados. Mas isso está longe de controlar a vida das pessoas. Exigimos dedicação total a Deus, à família, à vocação. À igreja basta comparecer às programações oficiais nos finais de semana e uma durante a semana em dias alternativos - como em praticamente todas as igrejas. No mais, formamos cristãos para o mundo, para desempenhar bem seu papel, conforme Deus ordena, em suas profissões e em suas famílias. Tão somente o discurso da cosmovisão calvinista encontrado em qualquer lugar que a adote.

O uso do termo é sagaz. 'Seita' nos faria ter não só a repulsa dos cristãos em geral, mas o termo também serve 'secularmente'. A imagem passada é a de um tipo de religião exotérica de manipulação de indivíduos para o benefício do líder. O termo já tem uma conotação sociológica pejorativa o bastante para que indivíduos que não tenham qualquer preocupação com a ortodoxia - o que inclui o próprio autor do texto difamatório - criar uma visão ruim sobre nós. Todavia, reafirmamos que se nós tivéssemos de ser acusado por seita, toda a cristandade o seria - e aqui insistimos para que o texto do último link seja lido para que tal afirmação seja plenamente ratificada.

Autodeclarado Pastor

Uma das acusações que este difamador faz é a de que eu me autodeclarei pastor. Isso é não só falso, como comprometedor para ele. Um pastor se torna pastor quando um grupo de cristãos, que adotam uma confissão legitimamente cristã (nossa igreja, no caso, adota o Credo Apostólico, Cinco Solas e Tulip, o que pode ser conferido aqui), reconhecem a vocação, elegem e ordenam um indivíduo. Foi exatamente o que aconteceu comigo. Toda a igreja reconheceu e dois presbíteros que a própria igreja elegeu e ordenou me ordenaram ao sagrado ministério. Para piorar, tudo isso contou com a presença e anuência do próprio dito cujo! Seu nome está na lista dos que assinaram e concordaram com minha eleição. Em nossas eleições, inclusive, o indivíduo que aceita ter seu nome cotado para o cargo deve sair do recinto e aceitar um escrutínio moral e pessoal de sua vida. Ali as pessoas discutem, sob juramento da conversa permanecer na reunião, sobre a pertinência de um tal indivíduo adotar aquele cargo. Defesas e críticas são feitas. Passei por isso e depois de uma longa discussão na qual ele estava presente, fui chamado e eleito. Não caberia aqui uma longa exposição eclesiológica sobre como se ordena um pastor. Mas fui ordenado de forma tão legítima quanto qualquer pastor em uma denominação grande. E estou pronto a provar para qualquer um minhas competências para o assunto. Essa é só uma maldosa tentativa de me descredibilizar de alguém que sabe que está mentindo.

[Parte 2]

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