quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Política Zoonômica: burro, porco, sapo, barata e elefante nos ensinando política


Durante algumas conversas com amigos e familiares notamos uma mentalidade política digna de um energúmeno, ou de um animal. A propósito, há um típico animal que bem caracteriza essa mentalidade estúpida a qual estamos nos referindo: burro. O burro (substantivo) que de burro (adjetivo) não tem nada, é aqui usado de forma um tanto quanto indevida. Não obstante, outros animais podem servir como excelente ilustração para o que intentamos denunciar nesta breve reflexão.

O primeiro animal que chamaremos é o porco. Falamos daquele porco que é levado a engordar para, então, transformar-se num saboroso alimento. E o que tem o porco com a política? Não, não estamos valendo-nos de hipocatástase para uma mera ofensa à 'sujeira' que é a vida da maioria dos políticos de nosso país. O buraco é mais embaixo.
O porco nesse processo de engorda está, em certo sentido, muito contente com sua situação. Ele é tratado muito bem. Tem o que quer. Come coisa boa. Sua saúde é prioridade. Afinal, se ele ficar doente, pode morrer, ou mesmo sua carne ser desvalorizada. Precisamos dele bem forte, saudável e feliz. Quem sabe o pobre porquinho até sugira que o amemos. Que gostamos dele demais. As evidências? É só ver como o tratamos bem... óbvio, quem está 'do lado de cá' sabe muito bem que não é bem assim... Depois de um tempo ele será abatido.
Pois bem, essa mentalidade de porco subjaz às reflexões políticas de muitos (senão a maioria) dos brasileiros. Cada um mira um benefício imediato, particular, e luta politicamente única e exclusivamente em prol desse ponto. Se tal demanda for atendida, temos um candidato considerado razoavelmente bom, ou, pelo menos, bom o suficiente para brigarmos por ele com unhas e dentes. É, nada mais nada menos do que uma política egoísta e vil. Alguns trabalhadores querem um aumento de salário que valha a pena, que não seja subjugado à inflação. Justo. Outros querem que sua classe em especial seja mais valorizada. Em muitos casos (particularmente pensamos em professores e policiais - jamais em vereadores e deputados!), justíssimo. Outros querem a remediação de um problema específico, imediato, como, por exemplo, a construção de um hospital aqui e acolá. Nada mais necessário! Porém, política não pode, de forma alguma, se restringir a isso. E é aqui que nosso porquinho abre a janela da compreensão.
Suponhamos que um governo com projetos nefastos, distópicos até, prometa, com alto grau de confiabilidade (angariado de alguma forma... ei, estamos supondo aqui! hehe), atender à alguma demanda. À sua, em particular, que está lendo esse artigo e (não vá se ofender) pensa como um porco. Suponhamos que você seja um bom e honesto trabalhador que precisa sustentar sua família com a renda de míseros dois salários frente à uma inflação escandalosa. Algo tem que ser feito, não é mesmo? Quem discorda que essa situação é ruim? Ninguém! Mas, alto lá, camarada, as coisas, como acontece com o porco, podem não ser o que parecem. Mesmo que essas demandas a curto prazo sejam cumpridas, o que acontecerá a longo prazo? Já pensou nisso?
Continuemos a supor [qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência...] que o candidato ao cargo político que atenderá à sua demanda tem um projeto muito maior. Ele irá aumentar os salários, controlará a inflação. Economicamente muito agradável. Todavia, ele vai além. Ele irá fomentar a criminalidade através de projetos de vitimização de bandidos* e demonização da polícia. Ele irá aprovar leis que estão nitidamente contra a moral da maioria dos cidadãos, inclusive a sua. Por exemplo, ele irá aprovar o casamento gay; o kit gay nas escolas*; um projeto de lei escabroso como a PL122*; a pedofilia; a zoofilia (comer-se-á animais além do sentido gastronômico); imporá censura (não que você, big pig, vá se importar, já que não tem nada a reclamar, afinal, seu bolso e seu estômago estão cheios, apesar da cabeça vazia); expropriará bens (não os seus, fica tranquilo)*; enaltecerá bandidos; aprovará o aborto; liberará as drogas; perseguirá cristãos que não coadunem com a moralidade moribunda que estão a propor... etc! Ainda que você não se incomode com alguns pontos aqui, não é o caso. O importante é perceber que a satisfação imediata de uma demanda pode sair caro. Pode tratar-se tão simplesmente de uma engorda. Principalmente se, posteriormente, tivermos uma 'maravilhosa revolução' que vá deixar a população numa situação 'paradisíaca' como a de Cuba, China, Coreia do Norte... E se você, pobre miserável, pensa que isso não pode acontecer, é mais ingênuo que um porco.

A propósito, outro bicho pode fazer-nos o favor de ilustrar mais um pouco da ingenuidade da mentalidade política do brasileiro. Vamos falar da mente de sapo*. Dizem que, se colocarmos um sapo na água quente, ele pula fora na mesma hora. Entretanto, se colocarmos o anfíbio na água fria e formos esquentando-a aos poucos, o sapo ficará lá até morrer. Pois bem, essa é a mentalidade complementar à do porco. O porco político não percebe que está sendo engordado para o abate, e nem o sapo político percebe que as coisas estão esquentando e que logo ele será prejudicado. Essa bitolação é amplamente beneficiada com a inserção paulatina, gradual, de políticas que, mesmo que o cidadão não goste, não irá reclamar. E não irá, principalmente, se sua demanda imediata for atingida. Enquanto isso, escondido, um câncer social cresce e, quando ele menos perceber, verá uma sociedade completamente diferente da que aprecia para, na melhor das hipóteses, murmurar saudosista, nostálgico, que no seu tempo não era assim. E isso na melhor das hipóteses.
Na pior, já que estamos falando de bichos, acontece um efeito 'Kafka'. Franz Kafka foi um autor de contos e romances, de originalidade tcheca. Ele escreveu um clássico muito bacana chamado 'A Metamorfose'. Nesse pequeníssimo livro, a personagem principal acorda e descobre-se uma barata gigante! Aos poucos vai perdendo a fala... não queremos revelar todo o enredo aqui. Claro, a família vai à loucura quando o vêem daquele jeito. Mas com o tempo se acostumam àquela aberração, e logo estão a discutir as coisas mais triviais possíveis! E o que isso tem a ver com o que estamos falando? Pois bem, é muito simples. Como se não bastasse a mentalidade de sapo, outros tantos são vítimas do 'efeito kafka'*. As coisas que deprecia são apresentadas aos poucos e constantemente (principalmente em novelas...). Gradualmente vai se tornando cada vez mais cotidiano até virar comum e, pouco depois, cai nas redes politicamente corretas e se torna praticamente compulsório aceitar aquilo que outrora era repugnante. E o mais legal é que, para implantar de vez a nova mentalidade, ela é encarada e anunciada como progresso, ao passo que condená-la é ter uma 'mente medieval', retrógrada, obsoleta...

Mas tudo bem para os planos maquiavélicos de partidos nefastos. Não há problema algum em sua política. Até mesmo as aberrações cometidas são logo esquecidas. No país onde temos porcos, sapos e baratas a única coisa que não tem é um bom elefante...

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* Um exemplo disso está aqui, no que já escrevemos outrora: http://panaceiateoreferente.blogspot.com.br/2014/05/o-que-pensar-sobre-proposta-de.html
* Veja um vídeo denunciando essa patacoada: https://www.youtube.com/watch?v=gNJKJLCPrT4
* Apesar dos palavrões, esse vídeo, por ocasião de uma 'revolta gay' contra o Mackenzie vale a pena ser visto pelos argumentos consistentes: https://www.youtube.com/watch?v=8kzP-MWFiZs
* Para entender como isso poderia acontecer, veja esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CfCJ6WHRlIE
* Essa ouvimos, pela primeira vez, da parte do Danilo Gentilli em entrevista com Ron Paul, com quem, claro, não concordamos em muitos pontos, o que não é matéria de discussão agora. Quem quiser dar uma olhada na entrevista, está no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=QFO_Bg0QVK4
* Tudo bem seu achares meio forçada minha inserção desse exemplo como analogia dos bichos. É que achamos muito propício e pertinente para a ocasião.

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