quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Império Romano

A partir de Otávio [para conhecer a República Romana, clique aqui] temos uma sucessão de imperadores no poder. É óbvio que não podemos trabalhar a vida de todos. Iremos fazer uma seleção dos que nos parecem (ou às nossas fontes) mais importantes ou mais interessantes aos nossos propósitos expositivos. Como temos feito nos textos históricos, seguimos ao professor Rodolfo Neves e ao ‘Construindo um Império: Roma’ do History Channel. Dessa vez Gabriel Chalita é também rico em informações. Quando formos, pois, nos valer de outras fontes, indicaremos. Começaremos indicando as características do império e depois um pouco da vida dos imperadores para, finalmente, versar sobre a queda de Roma e o início da Idade Média.


AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO ALTO IMPÉRIO ROMANO

A primeira característica que temos que destacar é a militarização da sociedade romana, reflexo dos imperadores, que eram generais.
A estrutura social era a estrutura de uma hierarquia militar. O exército estava dividido entre: ‘imperador’, o chefe do exército, soberano; os generais, que recebiam as ordens do imperador e as distribuía aos demais; os soldados, obedientes aos generais; por fim, os civis, alvo do controle de toda essa estrutura militar. Isso se reflete na sociedade romana. Antigamente, na República, tínhamos os patrícios, logo em seguida os equestres [comerciantes]; os plebeus e clientes, por fim os escravos. Agora temos os ‘Senatoriais’, superiores muitas vezes ligados ao exército; equestres, os comerciantes; e, na base na pirâmide social, os ‘inferiores’, ou seja, os que não detinham poder algum.
Na República Romana havia uma divisão clara e nítida sobre os escravos e o resto da sociedade. No Alto Império, embora existissem escravos, evidentemente, a classe inferior da sociedade era composta de escravos e não-escravos. Portanto, há um enfraquecimento nessa distinção entre homens livres e não-livres.
Roma tornou-se uma sociedade ‘espartana’, ou seja, militarizada. A cultura era influenciada pelo exército, com reflexos nas vestes, cortes de cabelo e costumes sociais. O exército era visto como algo positivo. O exército era a principal instituição romana.
As idéias ali presentes são o embrião do totalitarismo, que confunde o governador com o próprio Estado. Os próprios símbolos romanos davam a entender isso. A vontade do Imperador era a vontade do Estado. Os direitos dos indivíduos estariam submetidos à vontade do governante. Assim, muitos autores defendem que a gênesis da estrutura totalitária estava presente no Império Romano.

Uma segunda característica do Império Romano é a expansão territorial, escravista, colonial. O exército está poderoso e mais guerras que geram conquistas acontecem. Entre o final do século I a. C. e o final do século II d. C., o império romano se expandiu cada vez mais.
Quanto mais se expande, mais colônias tem. Quanto mais colônias, maior a oferta de produtos. Quanto maior a oferta de produtos, menor o preço dos produtos (controle da inflação). E, por fim, tudo isso desemboca em mais comércio existindo (quanto menor a inflação, maior a valorização da moeda, e mais comércio há).
Além disso, quanto maior a expansão, mais prisioneiros de guerra e, consequentemente, mais escravos.
Assim, Roma estava num momento em que nada poderia causar seu declínio a não ser parar de expandir-se. Isso acontece no fim do século II d. C., principalmente a partir do governo do Imperador Marco Aurélio, Roma começa a diminuir o ritmo de expansão até o limite. Isso acontece não por conta de fatores externos, mas por fatores internos: a pax romana.

Esta é a terceira característica do Império Romano: a pax romana. Roma decide começar a diminuir o ritmo de expansão. Acontece que os generais tinham mais terras que podiam ocupar. As guerras eram bancadas pelos generais (e não pelo Império, pois o imperador apenas dava a ordem), afinal as guerras eram investimentos (o general pagava soldados para vencer as guerras e angariar mais terras, mais escravos e, por fim, mais dinheiro). Mas é bom lembrarmo-nos que Roma não era capitalista, portanto não tinha o interesse de reproduzir o capital continuamente. Assim, em algum momento os generais afirmam que não valia mais a pena expandir. É o processo da ‘pax romana’. De fato, havia uma hegemonia romana. Ninguém podia lidar com eles. Mas tal mentalidade marca o princípio do declínio de Roma. Gabriel Chalita comenta o fenômeno: “O exército romano, concentrado na defesa de fronteiras e imerso em disputas internas pelo poder, abandonou as campanhas de conquistas territoriais, principal fonte de obtenção de escravos. A escassez de mão-de-obra escrava e a consequente diminuição da produtividade agrícola afetaram durante as cidades, sobretudo Roma” (CHALITA, p. 94). É o que veremos no baixo império. A estagnação irá causar, a Roma, sua queda.

A quarta característica do Alto Império é o problema por conta do surgimento do Cristianismo. Com o ministério de Cristo, uma série de características de suas pregações começam a chocar-se com as idéias do império romano. Primeiramente temos o monoteísmo, ao passo que Roma era politeísta.
Outra característica da pregação de Cristo é o questionamento da divindade do imperador. Jesus diz que somente seu Pai é Deus, e ele é o Filho Unigênito de Deus*
Cristo fala de seu pai no reino dos céus, com seus valores, em contradição com os valores do império romano. O paganismo romano era materialista (e.g., acreditavam que se uma pessoa era rica em vida, pela eternidade, após sua morte, seria rica também). Cristo já prega valores mais espirituais, e diz que os que sofriam aqui iriam para o céu, para uma vida verdadeira, repleta de gozo*. O professor Rodolfo Neves diz que a pregação de Cristo é uma nítida influência da filosofia platônica que diz que o mundo das ideias é perfeito, e que o mundo material é imperfeito, ou até, posteriormente, uma influência plotina que diz que o mundo da luz é perfeito, e o mundo material, das trevas, é imperfeito*. Assim, o Cristianismo ensinaria que o mundo material é negativo, e que o mundo das ideias era positivo. Neves ainda faz questão de dizer que não seria um plágio descarado que ele estaria anunciando, mas um discurso influenciado pelo meio já que essas ideias circulavam em Roma. Podemos nos lembrar que a gula, a luxúria, o ócio, a ira e outros valores eram positivos para Roma, ao passo que eram condenados pelo cristianismo. A gula e a luxúria eram praticadas nos bacanais; a ira era exaltada no exército; e, por fim, os escravos proporcionavam o tempo livre para os Romanos fazerem nada, portanto, uma valorização do ócio.
Roma, pois, passa a perseguir os cristãos. Entretanto, quanto mais os matavam, mais o cristianismo se expandia. E a morte não era encarada como algo negativo, para o cristão, e sim positivo: sua promoção ao estado de salvação.

Uma última característica do Alto Império era o ‘pão e circo’. Roma está rica, e tem muitos escravos, o que gera menos empregos aos plebeus, os homens livres. A solução de Roma foi ampliar a política de ‘pão e circo’ (idealizada já por Júlio César, antes do império). Roma, pois, promovia grandes eventos no Coliseu; promovia muitos feriados; e dava pão e vinho aos que iam ao Coliseu. O ‘pão e circo’ era uma política de controle social pois oferecia diversão, comida, vinho e o que mais fosse preciso para os desempregados, dissuadindo-os de se revoltarem. Eram, pois, medidas que diminuíam a sensação de pobreza, mas não dissolvia a origem dos problemas da pobreza, antes era a manutenção desse problema. Os mais pobres, pois, tornavam-se dependentes do Estado. Era, pois, uma medida populista e paternalista.

O certo é que o Coliseu, além de embotar as fomentações de revoltas, dava aos cidadãos romanos um sentimento de superioridade pois quem estava lutando lá embaixo eram os inferiores, e esses diziam respeito aos estrangeiros. Assim, o povo romano pensava ser um povo superior. No Coliseu a plebe decidia quem vivia e quem morria, onde esse sentimento era enaltecido*.
E, em falando da vida cotidiana, temos que observar um dos vários feitos de engenharia que o documentário do History Channel observa. No século I d. C., Roma era a única superpotência europeia e, enquanto expandiam o império, também olhavam para dentro e usavam seus conhecimentos técnicos para melhorar a qualidade de vida na capital e, o feito que mais alterou a vida diária em Roma foi a água corrente, um sistema de distribuição de água, diferente de tudo que já houvera. Os aquedutos, distantes da capital, levavam água das montanhas às cidades. Isso revolucionou o cotidiano dos romanos. Havia muita água disponível. Quase um milhão de pessoas viviam com limpeza e conforto na capital. E esse era outro motivo para se considerarem superiores: eram mais limpos que os demais.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO BAIXO IMPÉRIO ROMANO

O Baixo Império é um período de crise do Império Romano, que vai do século III ao século V d. C. Quanto às suas características, a primeira e talvez a mais importante é a anarquia militar, i. é., aquela estrutura hierárquica militarista começa a se diluir. Os generais, agora grandes proprietários de terras, começam a questionar a própria autoridade do Imperador. A consequência desses conflitos foram a fragmentação do exército e a parada de sua expansão. Para piorar a situação, muitos generais, contrariando as ordens do imperador, tiram seus soldados das fronteiras e os levam para dentro de suas terras, e, dividindo-as em pequenas propriedades, as oferecem a eles para protege-las e produzirem nelas em troca da fidelidade militar.
Pois bem, com as fronteiras desprotegidas, muitos ‘bárbaros’ começam a adentrar no império. Territórios, pois, eram perdidos, ou seja, havia uma baixa nas colônias. E, quanto menos colônias existem, menor a oferta de produtos e maior a inflação, ou seja, preços maiores. Com isso, menor é o poder de compra da moeda romana. Consequentemente, as trocas baseadas em moedas, o que chamamos de ‘comércio’, entram em declínio, e em grande escala volta-se às práticas das trocas naturais (escambo, troca de produtos). Ou seja, com o declínio do comércio, aumenta-se a cultura de subsistência. Essas características ficarão evidentes no feudalismo. Tudo isso por conta da falta de produtos e do aumento da inflação.
Assim, o primeiro grande problema enfrentado pelo Baixo Império Romano foi a Inflação. Diocleciano, um imperado, em 287 d. C., para controlar a inflação, cria o Édito Máximo, que configurava-se em uma tabela de preços*. A medida, pois, não funcionou, e o uso da moeda, ou seja, o comércio, entra em declínio cada vez maior, ao passo que, inversamente proporcional, aumenta-se a agricultura de subsistência.

Um segundo problema do Baixo Império era a falta de escravos, como já mencionamos. Eles iam diminuindo. Na medida em que perdia-se território, perdia-se escravos. Para resolver esse problema, adotaram duas medidas. A primeira foi que os pequenos proprietários poderiam trabalhar nas grandes propriedades desde que pagassem impostos: patrocínio. A segunda opção foi o ‘colonato’, onde eram oferecidos empregos, remunerados com parte da produção, nas fazendas aos moradores das cidades, o que resultou no êxodo urbano. Assim, tanto pequenos proprietários como moradores da cidade, até mesmo escravos, eram instigados a trabalharem para os generais e grandes proprietários em troca de proteção e do uso da terra, com impostos, claro. Chalita lança luzes sobre o assunto: “Na agricultura, para suprir a falta de mão-de-obra escrava, adotou-se o regime de colonato, isto é, o arrendamento de terras a plebeus e homens livres que fugiam das cidades à procura de trabalho e segurança, assustados pelo alto custo de vida e pela violência. Por meio desse sistema, o colono cultivava um pedaço de terra para a sua subsistência, sob a condição de entregar uma parcela da produção ao proprietário e de trabalhar gratuitamente em suas terras. Estabeleciam-se assim as raízes da servidão e do feudo medievais, bases de um novo sistema econômico de caráter eminentemente agrário, que conferia às propriedades rurais uma grande autonomia, e que tornaria os feudos pequenos centos de poder” (CHALITA, p. 95). Assim, tal ‘colonato’ serviu para criar a ‘servidão’ característica do período feudal. Quando não mais existir Roma, esse sistema subsistirá. Roma, pois, estava vivendo uma ‘ruralização’ da economia e da sociedade.

Outro problema do baixo império era a expansão do Cristianismo. Roma está quebrada. E o cristianismo era uma religião em que existiam muitos pobres, ou seja, plebeus, ou seja, soldados. Assim, grande parte do exército para de acreditar na autoridade divina do Imperador.
Para controlar seu exército, o Imperador teria que lidar com essa situação. Então, Constantino, em 315 d. C., cria o Édito de Milão, permitindo a liberdade de culto ao Cristianismo, visando angariar apoio do exército. Assim, permitiu-se uma grande estrutura que viabilizou o estabelecimento do cristianismo entre os romanos. Alguns anos depois (no fim do século IV, o imperador Teodósio cria o Édito Tessalônico, tornando o cristianismo a religião do império, e, criando, oficialmente, a Igreja Católica Apostólica Romana. O professor Rodolfo observa que havia, ali naquele momento, um atrito entre o cristianismo e o catolicismo. O cristianismo eram os grupos que criam que Jesus era o Messias, ao passo que o Catolicismo era a religião oficial do império, particularmente de Roma.
O Catolicismo tira toda a visão divina do imperador, mas Teodósio teve uma grande sacada. Ele seria não apenas o imperador, contando com o apoio do exército, mas seria o Papa, o chefe da Igreja. Temos, pois, o ‘cesaropapismo’.

Em suma, o que temos em Roma nesse período: a quebra da estrutura militar; o aumento da inflação; o fim do expansionismo; a redução de escravos. As soluções foram, primeiro, o Édito Máximo, para controlar a inflação com o tabelamento de preços, o que não deu certo. Em seguida temos a substituição da mão de obra escrava pela mão de obra servil, e essa medida surtiu efeito, mas declinou ainda mais o comércio, expandindo a característica de agricultura de subsistência, e à ruralização da sociedade romana. Por fim, temos a adoção do cristianismo como a religião do Estado.
Gabriel Chalita faz da desqualificação dos exércitos. “Entre os anos 235 e 285 o governo de Roma esteve entregue aos desmandos de uma aristocracia militar que o conduziu ao caos. O exército se enfraqueceu enquanto instituição, pois passara a admitir mercenários desqualificados e inescrupulosos, que se valiam da condição de soldados para praticar o banditismo. Em decorrência, o Império ficou cada vez mais vulnerável nas fronteiras, alvo das pressões dos germânicos, povos que há muito ameaçavam os domínios romanos, à procura de terras férteis e de clima ameno” (CHALITA, p. 94). Ou seja, para Chalita foi o banditismo oriundo do contrato de mercenários que enfraqueceu o exército e cedeu as fronteiras, ao passo que, para Rodolfo Neves é o fato de o exército estar desfragmentado por conta da autonomia dos generais e por estes estarem cuidando de seus próprios interesses, não mais guardando os limiares do Império. O fato é que não parece haver um consenso (pelo menos não entre nossas fontes) sobre qual teria sido causa exata para a queda de Roma
O certo é que as fronteiras estavam fragilizadas. Então os bárbaros que migravam do leste para o oeste, i. é., do Oriente para o Ocidente, os hunos, forçaram os bárbaros germânicos a invadirem Roma. Parte dos bárbaros germanos se aliam ao exército e até lutam juntos contra os hunos. O imperador até tenta usá-los como soldados, mas tal empreitada não surtiu efeito e finalmente acontece a grande invasão bárbara. Antes de mencioná-la, voltemos um pouco e perpassemos essa história destacando, dessa vez, os grandes vultos que a permearam.

GRANDES VULTOS DO IMPÉRIO ROMANO

CALÍGULA

Além de Otávio, temos de mencionar, pouco tempo depois, o terrível e sanguinário Calígula, que governou de 37 a 41 d. C. Alguns julgam que tenha sido um dos piores, senão o pior
homem a tomar o poder, e sem dúvida, um dos mais vis seres humanos que já pisou na terra*. João Calvino, no volume 1 das Institutas da Religião Cristã, chega a dizer o seguinte: “Em parte alguma se lê de ter existido um desprezo mais incontido ou desenfreado pela divindade do que em Caio Calígula. Entretanto, ninguém tremeu mais miseravelmente sempre que se patenteava alguma manifestação da ira divina. Desse modo, malgrado seu, fremia de pavor diante de Deus, a quem publicamente profiava por desprezar. Isso, aqui e ali, se sobrevém também aos que lhe fazem páreo; portanto, quem é mais petulante em desprezar a Deus, de fato também, ao mero ruído de uma folha que cai, desmedidamente se perturba [Levíticos 26:36]” (CALVINO, p. 45). Pois bem, acabou sendo assassinado. Seu sucessor foi Cláudio, seu tio.

CLÁUDIO

Os aquedutos foram construídos ao longo de vários séculos! Mas o Imperador Cláudio, um homem desfigurado que sofria de gagueira, que mais contribuiu para isso. Antes de subir ao poder, era motivo de risos, e era considerado inválido. Tinha vários problemas, como salivação, manias e afins. Apesar disso, foi esperto o bastante para tomar o poder quando teve oportunidade. No ano de 41, a maior parte da família real fora assassinada para vingar o reinado sangrento do sobrinho de Cláudio, Calígula. Cláudio foi poupado e conseguiu subornar os guardas pretorianos para declararem-no imperador, o que mudaria os rumos da história romana. Quando governou, governou bem. Durante seu reinado, o Império progrediu de várias formas: na fronteira, seus exércitos conquistaram a Britânia, o que nem Júlio César havia conseguido fazer. Em Roma, construiu dois grandes aquedutos. Ao chegar à cidade, os aquedutos desembocavam em três tanques de contenção: um para os banhos públicos; um para as fontes públicas de água potável; e um terceiro reservado para o imperador e outros nobres. Havia água pra todos, o que é impressionante pois, nem mesmo na Idade Média encontramos tal fartura. Assim, pois, Cláudio, que reinou de 41 a 54 d. C., revitalizou o sistema de distribuição de águas. Governou, pois, Cláudio, muito bem, mas suas escolhas na vida pessoal acabaram por derrubá-lo, pois era muito voltado às mulheres, e era subserviente às suas esposas. Casou-se com sua sobrinha, a irmã de Calígula, chamada de Agripina, chocando o império. Era uma mulher orgulhosa e ambiciosa, e dominou Cláudio, tornou-se imperatriz e buscou garantir que seu filho tornasse-se o seguinte imperador. Em 50 d. C., Agripina convenceu Cláudio a nomear seu filho, de um casamento anterior, como seu herdeiro ao invés do próprio filho biológico do imperador. Quatro anos depois estava morto, envenenado por Agripina. O novo imperador era Nero, talvez o único que se equipare a Calígula.

NERO

Nero tinha 16 anos de idade. Seria um futuro tirano e destruiria a cidade. Em 64 d. C. um pequeno incêndio se alastra e reduz boa parte da cidade de Roma a cinzas, deixando milhares de desabrigados. Nero, que governou de 54 a 68 a. C., foi o maior suspeito de ter provocado o incêndio. Foi supostamente visto tocando sua lira no topo de uma torre próxima.
Após o incêndio, confiscou um terço da cidade como propriedade particular e construiu um extravagante complexo de palácios ocupando 80 hectares do centro de Roma. Tal atitude o incriminou mais ainda, pois os boatos eram que ele começou o incêndio para limpar a cidade para que pudesse construir o palácio. Nero culpou os cristãos, e centenas deles foram queimados e enforcados nas ruas de Roma. E Nero cometeu muitas outras excentricidades abomináveis. Deu de presente a cabeça da ex-esposa para sua nova esposa. Doravante, matou-a a chutes quando ela estava grávida. A maioria dos atos que cometeu o fez após o mais hediondo de todos: matar sua própria mãe, Agripina, que havia matado seu marido Cláudio, antigo imperador, para que ele entrasse no poder. Tentou matá-la várias vezes. Dizem que na última tentativa, quando guardas foram enviados para assassiná-la, ela pediu para que a golpeassem no útero, de onde Nero viera. Reza a lenda que Nero foi assombrado pelo fantasma da mãe pelo resto da vida, e, cada vez mais solitário, terminou completamente louco. Num de seus delírios, quis construir um imenso palácio no centro da cidade e desapossou pessoas ricas para tal, inclusive matando-as, e usando dinheiro público para tal empreendimento. O ‘Palácio Dourado’ foi construído pelos escravos.
A cada três pessoas em Roma, uma era escrava. De fato, Roma não existiria sem a contribuição dos escravos. O trabalho escravo gerava os lucros necessários para manter e expandir o império. O trabalho escravo também foi importante para a construção dos grandes projetos.
Com a construção do grande palácio, no centro da cidade, o Palácio de Ouro, com áreas para animais selvagens e tudo [palácio que subjaz, em parte, sob a Roma moderna], Nero acabou de demonstrar sua soberba e egocentrismo. Não governava para o povo. Tudo era para ele e somente a ele visava agradar. Suas ações estavam para além do que o povo e o senado achavam aceitáveis e ele pagou o preço. Em 68 d. C., pouco depois de mudar-se para o Palácio Dourado, foi derrubado por um golpe da oposição e declarado inimigo público, sendo caçado como um fugitivo pelos próprios guardas, acabando por se matar, com a ajuda de um leal escravo. Nero se via mais como um astro, um ator, do que como um imperador, e tal o declarou no momento de sua morte.

VESPASIANO

Após a morte de Nero, os romanos enterraram qualquer vestígio de suas lembranças, de seu reinado opressor. Em 104 d. C. sua ‘casa dourada’ foi recoberta com pedra e cascalho e ‘se tornaria um complexo de banhos construído ali mesmo pelo imperador Trajano’. Permaneceu enterrada e esquecida sob a cidade por cerca de 1300 anos. No século XVI uma depressão fez com que exploradores redescobrissem a antiga construção. Ali houve artistas renascentistas que se inspiraram no ‘grotesco’, i. é., em ‘criaturas estranhas’.
Após a morte do imperador Nero, havia um novo problema. Sempre houve uma linhagem real, mas, após a morte de Nero, o trono estava vago. Ninguém sabia o que aconteceria, a não ser que haveria conflitos e que só haveria paz quando terminassem. Os generais do exército começam a lutar entre si em busca do poder. O vencedor é Vespasiano, que comandou as tropas romanas na Judéia. Ele reina de 69 a 79 d. C. Vespasiano era um ‘anti-nero’, alguém completamente diferente de seu predecessor. Era simples, direto e prático. E, ao invés de explorar os engenheiros para fins pessoais, colocou-os a serviço do povo. Ele drenou as águas do lago artificial do Palácio de Ouro de Nero e construiu o Coliseu ali, para divertir o povo.
Já havia muito tempo que os gladiadores derramavam sangue nas arenas. Mas o povo romano ansiava por espetáculos mais ousados. O Coliseu daria aos gladiadores esse campo de batalha permanente, com carnificina sem precedentes. O Coliseu foi construído por volta de 72 d. C., e foi financiado pelo saque de relíquias do templo judeu no ataque a Jerusalém [70 d. C.]. Dessa campanha, 12 mil judeus foram levados para trabalhar na construção do anfiteatro (o Coliseu). Em 8 anos atingiu 50 metros de altura. O Coliseu era a mais alta estrutura da Roma Antiga. Para saber quem era a cidade de Roma bastava descrevê-la como a maior cidade, a mais rica, mais poderosa de todas, o que o Coliseu, como um símbolo, atestava. Em 80 d. C. já estava pronto, mas Vespasiano não viveu para vê-lo, morrendo de causas naturais um ano antes (portanto, 79 d. C.).

TITO

A cerimônia de inauguração veio de seu filho e sucessor, Tito. Os romanos lotaram o Coliseu por 100 dias seguidos para ver todo tipo de carnificina imaginável. A batalha dos gladiadores eram uma das programações principais do dia, eram um espetáculo e competiam popularidade com as batalhas navais que ocorriam dentro do próprio Coliseu! Seriam usados, possivelmente, os canais de água para o lago artificial que Nero havia construído. Embora as batalhas navais tenham sido um triunfo da engenharia, em 10 anos perderam espaço por conta de uma reforma no coliseu que iria revolucionar os jogos: uma substrutura de dois andares abaixo da arena chamada ‘hipogeu’, onde um sistema de elevadores e alçapões faziam surgir, repentinamente do solo, animais e homens armados para atacar indivíduos distraídos. Era o apogeu do poder Romano. As próximas gerações usariam esse poder para criar coisas ainda mais ousadas.
Foi Tito quem deu cabo a uma empreitada de seu pai e, quando ainda general, destruiu Jerusalém em 70 d.C., como havia profetizado Jesus (Mateus 23:37-38; Marcos 13:14). Chalita, com brilhante lucidez, expõe a problemática geral que levou Roma a atacar os judeus: “Apesar da tolerância de Roma às práticas religiosas e às tradições culturais dos povos conquistados, nem todos aceitaram pacificamente a dominação. A região da Judéia, entre o mar Mediterrâneo e o deserto da Jordânia, anexada como protetorado nos tempos de Augusto, se destacaria pela resistência ao domínio romano. Era habitada pelos hebreus havia mais de mil anos, que a consideravam sua ‘terra prometida’, pois, segundo a tradição desse povo, Jeová (de Yahweh, ‘Deus, em hebraico) teria designado a Abraão, um dos patriarcas bíblicos, aquela região como a terra sagrada onde estabeleceria seu reino. Povo monoteísta, fortemente arraigado a tradições religiosas, os judeus esperavam o Messias, o libertador e salvador de Israel apontado por Jeová, convicção difundida pelas revelações de seus profetas na Bíblia” (CHALITA, p. 90)*.

TRAJANO

No final do século I AD, o império romano se estendia, horizontalmente, de Portugal à Pérsia e, verticalmente, das Ilhas Britânicas ao Egito. 50 milhões de pessoas de culturas diferentes eram leais a um imperador, que sempre fora italiano, até o ano de 98 d. C., quando um estrangeiro assumiu o governo do império. Seu nome, Trajano (98 – 117 d. C.). Trajano era um guerreiro ambicioso, da província espanhola que, por suas conquistas militares, despertou a atenção do imperador, de saúde decadente, Nerva. Sem descendentes, Nerva adotou Trajano como filho e herdeiro. Para provar lealdade ao povo da capital, precisava recorrer ao seu senso de supremacia. Os romanos pensavam alto, grande, longe. O tamanho do império, dos monumentos criados, as ambições de seus governantes... pensar alto era uma característica tipicamente romana. Trajano, então, começou a trabalhar em obras, dentre as quais estão um dos últimos aquedutos; a reparação de estradas; e criou novos banhos públicos sobre as fundações da casa de Nero. Tudo isso, evidentemente, demandava muito dinheiro, o que, em termos romanos, significava que teria de obter mais conquistas. Decidira, pois, cerca de 100 d. C., conquistar a Dácia (região que hoje engloba a Romênia e a Hungria), que se defender dos romanos a séculos. 7 anos depois (107 d. C.), os dácios se renderam. Muito ouro foi saqueado da nova província. Trajano foi quem mais estendeu o tamanho do império Romano, conseguindo, com isso, mais espólios que qualquer outro e, portanto, tendo muito dinheiro à disposição.
O Fórum era o centro de encontro do povo, onde se discutia política, se vendiam coisas, se reunia [semelhante, talvez, à Ágora dos gregos], onde acontecia a vida pública. Era, pois, muitíssimo movimentada. A cada tempo, como Roma era a capital do mundo, a cidade crescia mais e mais. Trajano resolveu construir o maior fórum de todos os tempos. O engenheiro responsável era ‘Apolodoro de Damasco’, um arquiteto grego que havia projetado pontes para Trajano durante as batalhas contra a Dácia. Tinha que lidar com o desafio da falta de terreno para abrigar a ambição de Trajano. Em 112 d. C. o Fórum de Trajano estava pronto, com bibliotecas, e uma basílica para as atividades forenses. Este Fórum ficou de pé por 700 anos e a maior parte sucumbiu a um terremoto no século IX. Sobreviveu um mercado, de seis andares, na encosta da colina, com mais de 150 lojas com calçados e objetos de arte sendo vendidos. É possível que vendessem artigos de várias culturas do império e, quiçá, até de fora dele.
As proezas na engenharia e suas conquistas militares fizeram com que Trajano tornasse-se um dos mais populares imperadores da história de Roma.

ADRIANO

Entretanto, o próximo imperador teria a árdua tarefa de proteger tão vasto território conquistado. Para tal fim, construiu uma barricada enorme para separar o império romano dos bárbaros. Após sua morte, em 117 d. C., o controle do império passou a seu filho adotivo, Adriano, já que não tinha filhos biológicos. Adriano reinou de 117 a 138 d. C.
Adriano, como Trajano, era um habilidoso guerreiro. Adriano percebeu que o império não conseguiria manter por muito tempo seus limites, suas fronteiras. Quanto mais fossem estendidas, menos dinheiro haveria para defende-las. Assim, ele não buscou conquistar mais territórios, mas manter o que já tinham. Um exemplo dessa política de Adriano pode ser visto no norte da Britânia, onde bárbaros residiam. Havia a ideia de que era preciso haver soldados disciplinados em toda parte, o que garantiria o império e, para isso, era preciso combater a ociosidade nos soldados. Adriano, pois, colocou seus soldados num empreendimento. Construiriam um muro de defesa de mais de 100 km! Hoje temos apenas as fundações da muralha de Cláudio. Mas a muralha tinha quatro metros e parapeitos que adicionavam mais dois metros, rodeada por um poço de 3 metros! Assim, os invasores teriam de escalar 9 metros! E, se passassem pela muralha e pelos soldados, ainda teriam que passar a vala, um poso de trinta e seis metros que corria de fora a fora. Eram necessários de 15 a 25 mil homens para o trabalho. A cada um quilômetro e meio havia um forte que abrigava 60 soldados.  Entre os fortes haviam duas torres menores onde os sentinelas vigiavam constantemente. Ao longo da muralha haviam 17 superfortes, que abrigavam até 1000 soldados. O forte continha casas, pátios, locais de banho e afins, e logo cidades surgiram próximas para atender à demanda dos soldados por suprimentos e demais artigos. Em 5 anos a barreira estava completa. Mas o verdadeiro poder da muralha era psicológico. A fachada imponente e interminável indicava o poder do império Romano. Um dos historiadores do documentário compara a muralha de Adriano com o muro de Berlim pois buscava controlar a mistura das pessoas, que tornaria a situação incontrolável.
Em 126 d. C. Adriano volta à Roma e cria mais uma das maravilhas da engenharia romana. Ele queria deixar sua marca em Roma. 150 anos atrás Augustus Otávio tinha transformado a cidade de alvenaria numa cidade de mármore, e Adriano queria um legado na engenharia igualmente memorável. Ele decidiu reconstruir o templo incendiado, datado da época de Augustus [#DÚVIDA: Incendiado no ‘acidente’ de Nero?]. O Panteão seria construído e teria o maior vão aberto de concreto no mundo por 18 séculos! Não sabemos quem é seu arquiteto! Há hipóteses de que tenha sido o próprio Adriano! Outra hipótese é Apolodoro de Damasco, o arquiteto do Fórum de Trajano, que era cético quanto às capacidade arquitetônicas de Adriano, e era corajoso suficiente para afirmar isso. Assim Adriano forçou-o a se matar quando teria rejeitado as alterações do projeto que sugerira.
Em 138 d. C., 8 anos após ordenar a morte do maior arquiteto romano, Apolodoro, Adriano morre de causas naturais. As duas décadas de seu governo foram a fase mais produtiva da engenharia romana.
Knight e Anglin dizem que tanto Trajano quanto Adriano também perseguiram e mataram muitos cristãos (KNIGHT; ANGLIN, p. 22).

MARCO AURÉLIO

Pouco depois de Adriano temos o grande imperador e filósofo estoico Marco Aurélio, que toma o poder em 161 e reina até 180. O professor Rodolfo Neves, como já observamos, nota que, a partir do governo de Marco Aurélio a expansão romana desacelera até minguar. É importante destaca-lo justamente por ser uma figura importante para a filosofia.
Marco Aurélio também perseguiu o cristianismo. Teria sido sob seu governo que aconteceu o épico martírio de Policarpo. Bom, Policarpo era bispo em Esmirna mas acabou afastando-se das aparições públicas por suspeitar que estava sendo espionado. A esta altura muitos mártires cristãos já havia morrido. Às escondidas, continuou a servir a Deus. Mas descobriram onde ele estava e foram lá para o prender. Knight e Anglin dizem que ele se encomendou a Deus em uma oração antes de sair, na presença dos soldados. O resto, os mesmos autores nos contam: “Diz-se que o fervor de sua oração comoveu de tal maneira os oficiais que eles se arrependeram de ser os instrumentos da captura. Montaram-no num jumento, e trouxeram-no para Esmirna, onde estava reunida uma grande multidão para celebrar a festa dos pães asmos. Por consideração pela sua idade avançada e pela sua sabedoria, Nicites, homem de grande influência, e seu filho Herodes, oficial da cidade, foram ao seu encontro e, fazendo-o entrar no seu carro, instaram com ele par que assegurasse a sua liberdade, tributando honras a César e consentido em oferecer sacrifício aos deuses. Ele recusou-se a isto e, por esse motivo, foi empurrado do carro com tal violência abaixo que na queda torceu uma coxa. Mas o velho servo de Deus continuou pacificamente o seu caminho, sem se perturbar com a rudeza de Herodes, indiferente aos gritos da multidão que, no seu ódio, empurrava-o de um lado para outro; e deste modo chegaram à arena” (KNIGHT; ANGLIN, p. 23-24). Sob julgamento é que temos a parte mais triste mas que consideramos uma das mais emocionantes já registradas: “quando o cônsul, comovido com o seu aspecto venerável, pediu-lhe que jurasse pela alma de César, e disse: ‘Fora com os ímpios!’ o velho mártir, apontando para os bancos cheios de gente, repetiu com tristeza: ‘fora com os ímpios!’. ‘Jurai’, disse o governador, compadecido, ‘e eu vos mandarei embora. Renegai a Cristo.’ Mas Policarpo respondeu com brandura: ‘Tenho-o servido durante oitenta e sete anos, e nunca Ele me fez mal. Como posso eu agora blasfemar contra o meu Rei e Salvador?’. ‘Jurai pela alma de César’, repetiu o governador ainda inclinado à compaixão, mas Policarpo respondeu: ‘Se julgais que hei de jurar pela alma de César como dizeis, e fingis não saber quem eu sou, ouvi a minha confissão livre: sou cristão; e se desejais conhecer a doutrina do cristianismo, concedei-me um dia para falar-vos e escutai-me’. O governador, notando com inquietação o clamor da multidão, pediu ao ancião que abjurasse sua fé, mas Policarpo se negou a fazer isso. [...] ‘Tenho à mão animais ferozes’, disse o governador, ‘lançar-vos-ei a eles, se não mudardes de opinião’ – ‘Mandai-os vir’, disse Policarpo tranquilamente. [...] e sua tranquila intrepidez exasperou o governador, que por esse motivo ameaçou queimá-lo, mas o intrépido Policarpo respondeu: ‘Ameaçais-me com fogo que arde por um momento, e depressa se apaga, mas nada sabeis da pena futura, e do fogo eterno reservado aos ímpios’” (KNIGHT; ANGLIN, p. 24-25). Bom, acabou-se a paciência do governador que mandou queimá-lo. Conta-se que as chamas não o tocavam! Então mataram-no a espadada mesmo. Deveras emocionante a história desse mártir, não?


CARACALAS

Quase um século depois, um imperador encomendou uma das últimas grandes construções de Roma, e provocou a queda e destruição do império romano.
Nas décadas que se seguiram o governo de Adriano, Roma manteve-se hegemônica e proeminente na Europa, Norte da África e Oriente Médio. Seus imperadores detinham autoridade absoluta, seus exércitos permaneciam invencíveis e seus arquitetos continuavam a impressionar. Sua maior realização, um complexo imenso de termas romanas, encomendada pelo corrupto imperador Caracala (211 a 217 d. C.). Caracala ascendeu ao poder à moda antiga: por meio do assassinato. Seu pai desejava que ele e seu irmão governassem o império juntos, mas Caracala e Gueta se odiavam e, após a morte de seu pai era questão de tempo até que um eliminasse o outro e Caracala agiu primeiro. Caracala matou Gueta na frente da mãe! O Estado tentou erradicar sua memória, mas vestígios mostraram sua existência e rascunhos comprovaram. O império, pois, voltara às mãos de um tirano que governava pelo medo. Ele se considerava acima dos homens, na esfera dos deuses.
Caracala queria deixar um legado que lhe renderia fama eterna, como o Panteão de Adriano; o Fórum de Trajano ou o Coliseu de Vespasiano. Para ‘compensar’ seus pecados, construiu um complexo de termas. As termas estava no cotidiano romano a séculos. Prédios com piscinas de águas quentes e frias. Mas eram mais do que lugares para se banhar. Eram como se fossem clubes, para todas as classes. Haviam, neles, muita liberdade e promiscuidade. Havia horários separados para atender homens e mulheres. Era um lugar público, portanto, grátis. Lá podiam malhar, se produzir, ir às saunas... etc. Eram, pois, projetos populares entre os imperadores que buscaram deixar termas extravagantes como herança de seu nome. Caracala queria superar a todos e criou um superclube com piscinas ‘olímpicas’, restaurantes e até bordéis! Acomodava confortavelmente quase 2000 pessoas de uma só vez! As termas de Caracalas foram inauguradas em 216 d. C., e foram uma das últimas obras magníficas do império romano. Ali toda a tecnologia adquirida pelos romanos estavam juntas para produzir aquele monumento.
Embora as termas de Caracala tenham sido um sucesso, seu reinado não teve a mesma fama. Exauria os cofres públicos com as termas e com as invasões à Pérsia e Armênia que não eram governadas por um imperador romano desde Trajano (98-117 d. C.), um século antes. Caracalas queria obter as mesmas vantagens que Trajano nas conquistas. Após 6 anos de reinado cruel, Caracalas foi esfaqueado por seus guardas numa campanha no oriente (portanto, reinou de 211 a 217 d. C.). No mesmo ano um incêndio destruiu o Coliseu. 20 anos depois foi reconstruído, mas a capital nunca se recuperou para viver seus dias de glória, obtidos na época de Augustus, Vespasiano e Trajano.

DIOCLECIANO

Em 285 Diocleciano surge para lidar com a instabilidade militar e econômica do vasto império. “A saída foi dividir o Império em duas áreas administrativas, governadas por dois imperadores: o Império Romano do Oriente, com sede na Turquia, que coube a Diocleciano, e o Império Romano do Ocidente, com sede na Itália, que foi delegado a Maximiliano. Subordinados a Diocleciano e a Maximiliano, forma nomeados dois outros imperadores para cuidar das regiões da Hispânia, Gália, Bretanha, Ilíria, Macedônia e Grécia” (CHALITA, p. 94). É importante observar que, virtualmente, Diocleciano ainda era o chefe máximo do Estado. Maximiliano se lhe submetia. Foi, pois, Diocleciano o responsável por essa Tetrarquia.
Diocleciano foi um grande perseguidor da Igreja. No seu reinado quatro editos com esse intuito foram redigidos. Knight e Anglin nos falam sobre: “o primeiro ordenando a destruição de todas as igrejas e dos escritos sagrados – edito este sem dúvida instigado pelos filósofos; o segundo, determinando que todos os que pertencessem às ordens clericais fossem presos; o terceiro, declarando que nenhum seria solto a não ser que consentisse em oferecer sacrifício; e o quarto mandando que todos os cristãos em qualquer condição em toda parte do império, oferecessem sacrifício e voltassem a adorar os deuses, sob pena de morte em caso de recusa” (KNIGHT; ANGLIN, p. 49).

CONSTANTINO

Podemos começar com os dados biográficos que Knight e Anglin nos oferecem: “Nasceu na Grã-Bretanha, e dize-se [sic.] que a sua mãe era uma princesa britânica. Depois da morte de seu pai que foi muito estimado pela sua justiça e moderação, as legiões romanas estacionadas em York saudaram-no como César e vestiram-no com a púrpura imperial. Apesar de Galeriano se ofender com esta aclamação, ele não estava preparado para se arriscar numa guerra civil, opondo-se a ela; e portanto ratificou o título que o exército dera a seu general, e concedeu-lhe o quarto lugar entre os governadores do Império. Durante os seis anos que se seguiram administrou Constantino a Prefeitura da Gália com uma perícia notável, e ao fim desse tempo tomou posse do todo o império romano, visto que Maximínio e Galério, no intervalo, tinham morrido. Apenas restava agora um competidor ao trono, Maxêncio” (KNIGHT; ANGLIN, p. 53). Ele é proclamado Augusto por seu exército em 306 e, em 312, enfrenta uma batalha terrível contra Maxêncio, a chamada ‘batalha da Ponte Mílvio’, para ver quem realmente assumiria o cargo de imperador no Ocidente. Ferreira e Myatt nos contam como foi: “Durante a batalha da Ponte Mílvio, que ocorreu em 28 de outubro de 312, Constantino afirmou ter a visão de que, se ele se tornasse cristão, venceria o exército de seu inimigo, Maxentius, na disputa pelo controle da metade ocidental do império. Constantino assumiu o cristianismo e venceu um exército que, segundo alguns, era superior, na proporção de quatro para um! [...] Segundo se conta, enquanto Constantino olhava para o sol que se punha, teve uma visão das letras gregas XI (Chi-Rho, as primeiras duas letras de Cristo [e, grego) entrelaçadas com uma cruz, que lhe apareceram enfeitando o sol justamente com a inscrição In Hoc Signo Vinces – que, traduzido do latim, significa ‘sob este signo vencerás’. Constantino deu ordem para que o símbolo passasse a fazer parte dos escudos e estandartes de seu exército” (FERREIRA; MYATT, p. 921-922).
Depois da vitória, Constantino declara-se cristão. William Smith crê que ele teria se convertido de fato: “Continuou a chamar-se de Pontifex Maximus’ (sumo sacerdote). Matou a esposa, o filho e Licínio, seu cunhado. E não resta dúvida, motivos políticos pesaram bastante na sua relação com a Igreja. Mas, há outras indicações de que sua conversão foi genuína” (SMITH, p. 110). Não estamos tão seguros disso, pois, Chalita nos informa que “Constantino instalou uma monarquia autocrática, reunindo amplos poderes em suas mãos e, apesar de se professar cristão, não aboliu o luxo na corte imperial nem o privilégio de ser cultuado como um deus” (CHALITA, p. 95). Para piorar o ‘quadro de acusações’, Ferreira e Myatt nos dizem que “Constantino nunca se submeteu, sob nenhum aspecto, à autoridade pastoral da igreja. Ele contava com conselhos de bispos influenciados pelas ideias de Ário, mas sempre se reservou o direito de determinar, ele mesmo, suas atitudes religiosas, pois se considerava o ‘bispo dos bispos’” (FERREIRA; MYATT, p. 922).
A propósito, em falar em Licínio, podemos falar um pouco mais dos atos políticos importantes de Constantino. “Com Licínio no leste, ele publicou, em 313, o ‘Edito de Milão’, pelo qual o cristianismo foi declarado uma ‘religião legal’ (religião lícita)” (SMITH, p. 109). O cristianismo, que fora perseguido severamente no decorrer dos três últimos séculos, agora não era mais proibido. Por que Constantino tomou essa atitude? Bom, os imperadores que o antecederam tentaram eliminar o Cristianismo com todo tipo de perseguição possível. Matava-os, levava-os como espetáculo sangrento no Coliseu e muitos outros atos de violência. Mas os cristãos não abandonavam sua fé. Pelo contrário, preferiam o martírio. “E muitos que tinham se apostatado nas perseguições, arrependeram-se e voltaram para a Igreja. Enfim, a Igreja cresceu como nunca antes!” (SMITH, p. 108). Smith prossegue “As perseguições, portanto, não somente fracassaram, mas ainda aumentaram o problema. O império tinha de exterminar o cristianismo, ou elevá-lo à religião do império. Não conseguiu a primeira alternativa, só restou a segunda” (SMITH, p. 109). Seguiu-se, pois, o velho ditado: ‘se não pode vencê-lo, junte-se a ele’ e Constantino, junto a seu cunhado, assinam o Édito de Milão.
Mas sua ambição não terminava. Dissemos que ele matou Licínio, seu cunhado. Licínio era o imperador do Oriente. Constantino queria ser o imperador máximo de Roma. Ferreira e Myatt nos informam que “em 324, depois de vencer outro rival – Licínio [o primeiro foi Maxêngio] – que era o imperador da metade oriental do império, Constantino se tornou o único imperador romano” (FERREIRA; MYATT, p. 922).
Seguindo ao quadro de ações importantes adotadas por Constantino, ele “convocou o Primeiro Concílio Ecumênico, que se reuniu em Nicéia, Nicomédia, em 325 d. C.” (HODGE, p. 341). Charles Hodge ainda nos explica os motivos para tal concílio: “Remediar a confusão que prevalecia no uso de várias palavras importantes em discussão sobre a doutrina da Trindade. Condenar erros que haviam sido adotados nas diferentes partes da Igreja. Elaborar uma declaração da doutrina que incluísse todos os elementos bíblicos e satisfizesse as convicções religiosas da massa dos crentes” (HODGE, p. 341). Podemos dizer que é a partir desse momento que temos a Igreja como uma instituição, uma organização oficial, embora alguma espécie de organização já se veja descrita no texto sagrado, no livro de Atos dos Apóstolos (cf., e. g., Atos 15:1-35). Mas, em geral, era uma ‘seita judaica’, que vivia esgueirando-se no império romano. Também não havia um predomínio de Roma, como pretendem alguns. A isso Ferreira e Myatt acrescentam: “O Concílio de Nicéia, ocorrido em 325, reconheceu três bispados como proeminentes: as igrejas de Alexandria, Roma e Antioquia*” (FERREIRA; MYATT, p. 923).
O nome ‘Constantinopla’, nos informa Chalita, surge quando, “em 330 [Constantino] escolheu a cidade de Bizâncio – um antigo porto grego, na península do estreito de Bósforo, ponto estratégico de rotas de comércio entre a Ásia e a Europa – como a capital oriental do Império, batizando-a de Constantinopla (atual Istambul)” (CHALITA, p. 95).

TEODÓSIO

Knight e Anglin, novamente, é quem nos dá informações biográficas: “Depois da morte do seu tio, o imperador Valente (um grande partidário de Ário), Graciano ficou como o único governador do império, mas, sentindo-se incapaz de suportar o peso de ansiedade inerente a esta nova responsabilidade, determinou investir com a púrpura imperial Teodósio, um espanhol de nascimento nobre. Era este o filho do general Teodósio, que tinha prestado bons serviços na Bretanha, durante o reinado de Valenciano, reprimindo as incursões dos pictos e escosses; e Graciano tinha toda confiança na sua energia e habilidade” (KNIGHT; ANGLIN, p. 64).
Chalita credita a ele a separação do império: “Roma e Constantinopla mantiveram-se como capitais até que, em 395, o imperador Teodósio oficializou a separação dos dois Impérios” (CHALITA, p. 95). Ao passo que o Império Ocidental sofria de todas os problemas mencionados, o Império Oriental ia muito bem, e sobreviverá praticamente por quase toda a Idade Média.
Vimos que Constantino legalizou o cristianismo no império. “Mas o passo seguinte foi dado pelo Imperador Teodósio ‘o Magno’, em 380: o cristianismo foi decretado como a religião civil. Daqui em diante, o cristianismo ortodoxo era obrigatório, o paganismo constituía ofensa política. O paganismo passou a ser perseguido com zelo renovado, ganhando com isso nem a Igreja nem o império” (SMITH, p. 114). Portanto, a igreja passa de perseguida para perseguidora. Evidente que temos conversões que nada tinham a ver com as convicções das pessoas.
Entretanto, Teodósio estava crendo que servia a Deus em tal empreitada. Aliás, Knight e Anglin nos contam de sua submissão à igreja a ponto de aceitar a disciplina eclesiástica recomendada por Ambrósio (340-397) (cf. KNIGHT; ANGLIN, p. 64-66). Parecia, de fato, um homem crente, apesar dos pesares.

O FIM DO IMPÉRIO

Will Durant abre-nos uma janela elucidativa muito impressionante sobre o que acontecia naquele século V d. C.: “Seja qual for a causa, a riqueza de Roma transformou-se em pobreza, a organização em desintegração, o poder e o orgulho em decadência e apatia. Cidades voltaram a fundir-se com o interior sem distinção; as estradas ficaram sem manutenção e já não ecoavam a agitação do comércio; as pequenas famílias dos romanos de instrução eram ultrapassadas, em número, pelos vigorosos alemães sem instrução que cruzavam, ano após ano, a fronteira; a cultura pagã cedeu aos cultos orientais; e, quase que imperceptivelmente, o império se transformou em papado” (DURANT, p. 93). Falaremos sobre o domínio católico na Idade Média. Detenhamo-nos em perceber a fragmentação política e econômica da sociedade romana. Os bárbaros acabaram por diluir o império ocidental.
Grande parte dos invasores eram bárbaros germânicos: alamanos, francos, anglos e saxões. São eles que deram origem ao feudalismo, e deixam algumas características para Roma, como, e.g., maior ruralização da economia; fragmentação da política, pois eram tribais e, assim, não tinham uma noção de ‘Estado’; por fim, a ‘relação de comitatus’, ou seja, uma relação entre o líder bárbaro e os guerreiros. O líder bárbaro oferecia terra aos guerreiros e os guerreiros ofereciam fidelidade militar.
Com a queda de Roma, haverá uma pequena transformação na ‘relação de comitatus’. Ao invés do líder bárbaro teremos o rei, um nobre proprietário de terras. Os guerreiros serão a nobreza. Essa relação, no feudalismo, receberá o nome de ‘suserania e vassalagem’.

Em 476 d. C., o último grande líder bárbaro, Odoarco, invade Roma, governada pelo imperador Rômulo Augusto, e causa-lhe a queda. Mas o império romano que cai é o império do Ocidente, pois, como já vimos, em 395 d. C. o império romano foi dividido em dois: império romano do ocidente e império romano do oriente. O império romano do oriente continuará existindo como império bizantino. No lugar do império romano do ocidente, teremos o feudalismo que nada mais é que uma síntese dialética entre romanos e bárbaros. Os romanos deixam como herança o latim, o catolicismo, o militarismo, o sistema servil e a lei das XII tábuas (o direito); já os bárbaros deixam como herança a fragmentação política; a ruralização da sociedade; e o comitatus.

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* O professor Rodolfo Neves irá demonstrar, a partir daqui e ao longo da Idade Média, que, embora exímio professor de história, é um péssimo teólogo. Ele, por exemplo, nesta parte, desconsidera completamente a doutrina da Trindade. Iremos, portanto, aparando o texto do professor, corrigindo as falhas, quando for viável, ou apontando os erros mais grotescos nas notas de rodapé, cá embaixo. O mais chato é que é isso que ensinam nas escolas.
* O professor Rodolfo faz mais uma leitura míope do Cristianismo, pois nem todos que sofrem irão para os céus, embora os sofrimentos dos verdadeiros crentes serão, de fato, recompensados nos céus.
* Aqui há um compêndio de equívocos. É óbvio que em meras notas não é possível discorrer exaustiva e peremptoriamente sobre os assuntos. Permitam-nos breve observações. Primeiro, a valorização do espiritual é antes de Platão, na teologia hebraica (e.g., Salmo 73). Depois, não há um desprezo ao mundo material, já que a proposta escatológica inclui uma reconstrução deste para ser como ele era antes da Queda. Por fim, há bases bíblicas para o chamado ‘mandato cultural’, que compromete o cristão com o cuidado para com o mundo material, com o planeta, e isso desde o a Queda. Por esses prismas já dá pra ver a ignorância do meio secular ao olhar para o Cristianismo, e sua ‘crítica espantalho’.
Para não pensar que nossa crítica se dirige apenas ao professor Rodolfo Neves, podemos citar vários pontos perfeitamente contestáveis em Gaarder e Chalita. Por exemplo, Gaarder, no afã de comparar Sócrates e Jesus, esquece-se de que Jesus fazia reivindicações muitíssimo maiores do que as de Sócrates; que ele não era tão ‘enigmático’ em seus ensinos (exceto nas parábolas), antes, seu ensino é que é profundo demais; dentre outras dessemelhanças que pretendemos apontar em um artigo, posteriormente (cf. GAARDER, p. 81-82).
Chalita, por sua vez, diz que Jesus ensinava “a bondade de um Deus único e pai de todos, indistintamente” e esse é um equívoco teológico muito comum. Jesus estava longe ensinar que Deus é o pai de todos. Ele é pai dos que recebem a Jesus (e. g., João 1:12-13; Romanos 8:14-17). Doravante, Chalita diz que os apóstolos saíram a pregar, pelo mundo, para os judeus exclusivamente: “Com o propósito de divulgar o Evangelho na Judéia e entre as comunidades de judeus dispersas pelo Mediterrâneo e Ásia Menor, os apóstolos partiram em várias direções, propagando a fé cristã” (CHALITA, p. 93). Pensávamos que ninguém mais, após o episódio de Pedro em Atos 10, cometia essa gafe. Chalita também, na mesma página, fala das 14 epístolas paulinas que compõem o Novo Testamento. Acreditamos já ter dado exemplos o suficiente. Esperamos a oportunidade de demonstrar, também em um artigo, as várias gafes que outros, inclusive críticos ao cristianismo, cometeram.
* O professor Rodolfo Neves pede espaço para analogias. Ele observa que links com políticas contemporâneas de assistência automaticamente são feitas por muitos. Não seria interessante abordar isso sem abordar o liberalismo e neoliberalismo de um lado, e o kennesianismo de outro.
Mas Rodolfo Neves discute o futebol e a política do ‘pão e circo’, como se o futebol fosse um ópio do povo, um alienante. Na verdade, o futebol não só aliena o brasileiro, divertindo-o e tirando-lhe o foco dos problemas políticos, como também lhe confere um sentimento de superioridade. O que faz o Brasil sentir-se superior até mesmo às potências europeias: o Futebol. Quando ganhamos a copa de 1958 uma série de marchinhas enaltecendo o Brasil. O patriotismo, no Brasil, chega a se confundir com o futebol. Nelson Rodrigues dizia que o futebol é a pátria de chuteiras. Rodolfo chega a comparar a própria estrutura dos estádios com a do coliseu, e diz que a linguagem ainda permanece: ataque, defesa, artilharia... etc.
* Rodolfo Neves nota que os brasileiros sabem que isso não funciona pois, no final da década de 80 fomos vítimas de um tabelamento de preço feito por José Sarnei e sua ‘brilhante’ equipe econômica.
* Para conhecer mais e certificar-se do que estamos falando, sugerimos o seguinte vídeo do History Channel: https://www.youtube.com/watch?v=eax3PNgOri0.
* Antes que soltássemos os cachorros para cima de Chalita, na página seguinte, ele se retrata a tempo: “Se, de um lado, a comunidade judaica permanecia unida pelos preceitos ditados pelos Dez Mandamentos, de outro mostrava bastante dividida quanto à interpretação sobre a vinda do Messias. Assim, cada facção nutria uma expectativa diferente: o Messias poderia ser um libertador e vingador impiedoso com os inimigos ou um mestre dócil, virtuoso e pacificador. Um ponto, entretanto, era comum a todas as correntes: a fé em um únicos Deus e na vinda de um redentor. Precisamente esse ponto seria um dos pilares do cristianismo” (CHALITA, p. 91).
* Para deixa o ponto ainda mais claro, os autores completam: “E o Concílio de Calcedônia, ocorrido em 451, deu ao bispo de Constantinopla os mesmos privilégios e honra que ao bispo de Roma” (FERREIRA; MYATT, p. 923).

REFERÊNCIAS

CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã. São Paulo: Cultura Cristã. Vol. 1, 228p. (e-book).

CHALITA, Gabriel. Vivendo  Filosofia. São Paulo: Atual, 2002, p. 304.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007, 1220p.

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 560 p.

HISTORY CHANNEL. Construindo um Império: Roma. Acessado em 05/04/2014 em:

HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Tradução de Valter Graciano Martins. São Paulo:Editora Hagnos, 2001. 1777p.

KNIGHT, A. E.; ANGLIN, W. História do Cristianismo. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2 ed., 1983, 352p.

NEVES, Rodolfo. Civilização Romana – Alto Império. Acessado em 05/04/2014 em:

NEVES, Rodolfo. Civilização Romana – Baixo Império. Acessado em 05/04/2014 em:


SMITH, William S. Do Pentecoste até o Renascimento. Patrocínio: CEIBEL, 4 ed., 1984, 342p.

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