Dois vídeos vistos ontem e hoje chacoalharam nossa concepção da vida cristã. Não é que são totalmente novidades. Inconscientemente parece-nos que tais proposições são facilmente reconhecidas no coração humano. É certo que, de Sócrates a Agostinho, se dirá que não só isso mas todas as coisas já estavam ali...
Reflexões filosóficas à parte, precisamos expor de forma bem curta o que foi aprendido. Tal exposição garantirá o aprendizado nosso e dos leitores. Assim esperamos. Percebam, sem clichê, que Cristo é o fundamento da piedade!
MORALIDADE E PIEDADE
Bom, no primeiro vídeo*¹, de John Piper, aprendemos que a o dever não pode ser realizado em termos de mera obrigação. Mera obrigação, regrinhas a serem seguidas, não passa de moralismo, legalismo, 'religiosidade' (no sentido pejorativo do termo). Não é o que Deus quer, e a própria ação moral permeada por moralidade é maculada. Como?
Pois bem, imaginemos, guia-nos Piper, que suspeitássemos que um determinado ato de caridade, seja ele qual for, fosse realizado por mera obrigação. Pensemos em um exemplo concreto. Pensemos em alguém nos ajudando não por prazer, porque nos ama, mas simplesmente porque acha que é o certo a ser feito. Isso não estraga tudo?
Então, por que, afinal, agimos corretamente? A resposta de Piper é que agimos conforme Deus nos ordena porque amamos a Deus pelo que ele fez, através de Cristo, na cruz por nós. Meditar nisso, pensar em que é Deus; quem é Cristo; sua glória; a 'sábia-loucura' da encarnação; as restrições a que se submeteu total e completamente de forma voluntária, sem qualquer necessidade; pensar na dor física de alguém que não precisava experimentar a dor e nem nunca a havia experimentado; pensar na dor psicológica de alguém que aguenta as piores culpas do mundo, em uma quantidade inimaginável, quando nunca foi culpado de nada, imaginar passar o inferno por pessoas miseráveis, indignas de seu amor... é começar a conceber a ação moral em agradecimento a Cristo.
ARREPENDIMENTO VERDADEIRO
O outro vídeo é com R. W. Gleen, e versa sobre o verdadeiro arrependimento*². Dentre as coisas que Gleen destaca temos, essencialmente, o conceito de que o arrependimento genuíno se caracteriza, pensando em seus termos subjetivos, por tristeza pelo pecado e desejo de mudança completa, conversão.
Quanto à essa tristeza, e aqui está o ponto que queremos destacar, não se trata de tristeza por não ter atingido um certo padrão de perfeição moral, nem tristeza por não ter sido melhor do que somos (e, por não termos sido melhores, sentirmo-nos mal), e muito menos é tristeza por ter quebrado os mandamentos. O ponto central é: tristeza pelo fato de que, o que fizemos, custou tão caro a Jesus na cruz maldita! É tristeza em pensar como magoamos a Deus a ponto de ele ter que dar seu Filho Unigênito para fôssemos, individualmente, poupados!
Há uma música, de uma banda de hardcore cristã chamada Dodwood, intitulada de 'Do or Die'*³, que começa com os seguintes pesados dizeres, que, concebidos nesse contexto, fazem todo o sentido:
"Eu matei o filho de Deus hoje
Eu construí a cruz onde ele foi morto
Meus pecados
As mãos que seguraram o martelo, que afundaram os pregos através de sua pele".
O mais importante é que a tristeza segundo Deus (a de Pedro), e não a tristeza segundo o mundo (a de Judas), leva-nos a Cristo, para perto dele, para os seus braços, em busca de perdão e amor. Gleen, mui pertinentemente, observa Paulo a nos informar: "Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende, mas a tristeza do mundo opera para a morte" (2 Coríntios 7:10). É justamente o que ensina o vídeo: sobre a tristeza segundo Deus e a segundo o mundo.
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*¹ Confira o vídeo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=QzwwGgNx-OQ
*² Confira o vídeo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=V6LOSMB9grw
*³ Confira o um vídeo-clipe com a letra da música aqui: https://www.youtube.com/watch?v=26_Q7A3toSE
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