Elaboramos a seguinte ilustração para comunicar, de forma mais didática possível, alguns princípios elementares do capitalismo de modo a demonstrar que ele não é o bicho de sete cabeças, o chacal carniceiro que nos ensinam no Brasil. O princípio de geração de riqueza, distribuição justa (que não significa igual), geração de empregos, motivação para o progresso e afins estão aí presentes de forma germinal. É apenas uma historieta, amigos, mas esperamos trazer alguma luz.
Bom, imaginemos um número de pessoas chegando
à uma ilha. Inicialmente elas, cada uma em família, pegam uma quantidade de
terras e começam a produzir valendo-se de uma cultura de subsistência. Tudo que
produzem é criação. Se um produzir mais do que o outro, terá, necessariamente,
mais, sem que, com isso, o outro tenha menos. Eis um princípio.
E é claro que
haverá quem produzirá mais. Há pessoas que ficam contentes com o pouco que
produzem, sem muitas ambições. Outros, movidos pela recompensa de seus
esforços, trabalharam de modo dobrado. E há os que têm habilidades naturais
para trabalhar, que também produzirão mais. Eis outro princípio valorizado pelo
capitalista: a livre iniciativa e as recompensas justas do esforço. As famílias
crescem e começam a produzir mais e mais.
Alguns desenvolvem produtos únicos.
Conseguem produzir, organizando a família, até mais do que precisam. E querem
comprar os produtos únicos de outra família. Resolvem permutar. Acontece que o
preço dos produtos têm de ser estipulados. Pelo produto único A, produzido pela
família X, a família Y quer dar tantos quilos de arroz e farinha. A família Z
quer dar um pouco mais. Eis o princípio do valor subjetivo do produto. A
família X, claro, desejará passar seu produto para Z. Se mesmo assim houver
demanda, a família X poderá se empenhar um pouco mais para produzir mais e mais
para vender. Ela até pensa em colocar o preço um pouco mais caro, visto que seu
produto está sendo bastante requisitado. Ela pode até parar de produzir para
subsistência para produzir seu produto único A. Então surge outra família que
consegue desenvolver o produto único A. E vende um pouco mais barato. É claro
que a família X deverá abaixar seus preços caso ainda queira vender. Com o
preço nivelado, podem concorrer por quem oferece o melhor produto único A. Eis
a lógica da concorrência.
A mera troca nem sempre era viável para todos os
produtos por questões logísticas. Daí que usar uma moeda comum passou a ser
viável e, em comum acordo, passaram a usar uma para representar as posses.
Acontece que, quando uma família produzia mais, não tirava, necessariamente,
riquezas dos bolsos de outros. Antes, com o aumento da produção, passou a
demandar mais trabalhadores do que a família poderia fornecer. Outros mais
novos, que não os grandes patriarcas proprietários, resolveram vender o seu
trabalho por salário. Havia várias famílias oferecendo trabalho, e quanto mais
gente com dinheiro mais poder de compra havia, e maior era a demanda,
aumentando a necessidade de contratos, mais empregos geravam. Se o povo ficasse
desempregado não iriam ter dinheiro para consumir e logo não haveria produtos
para serem pagos. As riquezas minorariam em sua produção. Assim, quanto mais
produção, mais empregos. Quanto mais empregos, mais consumidores e assim sucessivamente.
Como havia mais oferta de trabalho, o trabalhador poderia escolher a que lhe
dava melhores condições. Além disso,
havia produtos diversos, que não dependiam da terra ou coisas do tipo, que
eram locados também.
Eis um resumo, pra lá de conciso, da lógica capitalista.