sexta-feira, 14 de junho de 2013

Aprenda a Ler a Bíblia (dicas importantes)

Uma ressalva: Neste blog não preciso valer-me apenas de discursos filosóficos (como já devem ter observado). Portanto, postarei algumas dicas em prol da piedade dos leitores (pios). Bom proveito!
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Pretendemos começar a dissertar sobre como interpretar as Escrituras. Começaremos com uma lição básica sobre devocional. Para começo de conversa, é preciso um guia prático, um método para se ler a Bíblia, para, depois, aprendermos a nos aprofundar com regras mais técnicas. Nesta lição, daremos algumas orientações preliminares.
Bom, inicialmente, temos que falar sobre o momento a qual chamamos de devocional. Este é o momento de culto particular. O momento em que separamos (e devemos serparar) todo dia para buscar a Deus de maneira mais séria e especial, principalmente por meio de sua Palavra. Todos temos de nos voltar para esses momentos. Espero não precisar dissertar sobre isto.
É preciso que reservemos um momento. Quanto tempo? Vai depender de nosso entusiasmo e nível de piedade (e, em outros casos, de tempo disponível, embora, como costuma dizer o pai do autor deste artigo, muitas das vezes que alguém diz que não tem tempo para Deus, na verdade, arruma tempo para todas as outras coisas...). O interessante é ser sincero consigo mesmo, de modo que se consiga ser fiel e constante com estas devocionais diárias.

Quando? O teólogo e também médico D. Martin Lloyd-Jones, contrariando o que muitas pessoas dizem, nos dá recomendações muito interessantes. Sua dica gira em torno de criar uma atmosfera favorável para a leitura: "Um estímulo geral nesse terreno é, com frequência, mais proveitoso do que um estímulo especificamente intelectual. O próprio indivíduo é maior do que o seu intelecto. Não seria essa uma das razões por que os profetas da antiguidade pediam que lhes fosse tocada música, na harpa ou em outro instrumento? [...] Qualquer coisa que nos faça bem, que nos coloque em estado de espírito ou em boa condição, qualquer coisa que nos satisfaça, ou que afrouxe as tensões, e nos deixe relaxados terá valor inestimável. A música faz isso para algumas pessoas, de maneira admirável [...]. Portanto, ouça música ou faça outra coisa - qualquer coisa que você saiba que o ajuda." (LLOYD-JONES, p.171). Em outras palavras, o momento deve ser adequado (e podemos colaborar de diversas maneiras para 'adequá-lo'). Deve ser uma hora que consigamos aproveitar o que formos fazer. Há pessoas (como este autor) que não 'funcionam' muito bem quando acordam; outras que não conseguem pensar direito antes de dormir... etc. O importante é conhecer-se, e estabelecer um horário, para as devocionais, que sabemos que será produtivo. Não reserve o pior momento do dia!

Além de nos decidirmos o horário do dia e quanto tempo, temos de ter ciência do seguinte: "'Aquilo' que sei ser minha maior alegria - a saber, estar sozinho, serenamente, na presença de Deus, consciente dela, meu coração desempedido para adorá-lo - isso é muitas vezes o que menos quero fazer" (STOTT apud LITTLE, p. 161). Ou seja, às vezes temos de fazer a devocional obrigados. Esperar 'querer' fazê-la para depois fazê-la não é pré-requesito essencial. É preciso, muitas das vezes, uma atitude puramente racional; uma decisão firme. E, às vezes, é preciso começar a devocional orando, confessando que não queremos estar ali, e que sabemos que isso é um mau sinal... sabendo que Deus o sabe, e que é misericordioso, pronto a nos atrair para si.
Uma vez que temos tudo isto resolvido, vamos, finalmente, voltarmo-nos para a Palavra. A próxima tarefa é a de escolhermos um texto para lermos. Isso não deve ser feito de maneira irresponsável, nem mística. Como veremos, em outra oportunidade, o texto deve ser lido em seu contexto. Portanto, devemos começar um livro desde seu início, e ir até o fim. O máximo que sugerimos é a escolha de um livro baseado em seu assunto geral, e seu conteúdo. Por exemplo, como o presente autor está lidando com o pastoreio, e é um jovem, resolveu fazer suas devocionais de um tempo pra cá nas Cartas de Paulo a Timóteo, pois sabe que este estava numa situação semelhante, e que preciosos e úteis conselhos poderiam vir à baila. Mas não respeitar esta regra, e ler textos a esmo, nos faz correr o risco de 'ouvir só o que nos agrada'. Dessa forma, filtramos a mensagem do próprio Deus. Às vezes precisamos de um tipo de conselho, instrução, ou de uma repreensão, para nosso bem, mas fugimos disto ao escolher o que leremos de qualquer maneira. John MacArthur Jr. nos dá uma ilustração interessante para as consequências da falta de zelo nesta área: "Talvez você já tenha ouvido a história do homem que, procurando orientação para uma decisão importante, resolveu fechar os olhos, abrir a Bíblia, pôr ali o seu dedo e receber orientação do versículo sobre o qual estivesse seu dedo. A primeira tentativa o trouxe a Mateus 27.5: 'Retirou-se e foi enforcar-se'. Pensando que esse versículo não lhe era proveitoso, o homem resolveu tentar de novo. Dessa vez o seu dedo caiu em Lucas 10.37, destacando estas palavras de Jesus: 'Vai e procede tu de igual modo'. Indisposto a desistir, o homem tentou mais uma vez. Dessa vez o seu caiu sobre as palavras de Jesus em João 13.27: 'O que pretendes fazer, faze-o depressa'". (MACARTHUR JR., p. 109).
Portanto, por hora, aprendamos isto. Separemos um momento adequado, um tempo que pode ser reservado, e um livro adequado (se preciso, conversemos com alguém que entenda mais que nós da Bíblia para que ela indique o livro adequado para nossas meditações, de acordo com o momento que estamos passando). Na próxima meditação continuaremos com lições sobre como explorar os textos. Leiamos a Bíblia!
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BIBLIOGRAFIA
LITTLE, Paul E. Como compartilhar sua fé. Tradução de David A. de Mendonça. São Paulo: ABU editora e Editora Vida Nova. 163p. (e-book).
LLOYD-JONES, D. Martin. Pregação e Pregadores. Tradução de.
MACARTHUR JR, John. F. O Caos Carismático. Tradução de Rogerio Portella. São José dos Campos: Editora Fiel. 395p.
Lucio A. de Oliveira

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