quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Franceses, Índios, Negros e Escravidão... alguns fenômenos do século XVI que não podem ser omitidos

[eis o pano de fundo onde os seguintes eventos se deram]

GUERRA DOS TAMOIOS E PROTESTANTISMO BRASILEIRO

Vimos que Tomé de Souza logo trouxe os jesuítas para evangelizar o Brasil e "o primeiro grupo era composto por seis missionários da recém-fundada Companhia de Jesus, entre os quais estava Manuel de Nóbrega" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 29). Os mesmos historiadores ainda nos contam da incumbência que tinham de aprender as línguas indígenas para evangelizá-los, a começar pelas crianças.
Ao mesmo tempo, ou melhor, pouco tempo depois, aportava no Brasil os primeiros protestantes. Nas palavras de César as informações correm graciosas: "Pouco mais de meio século depois da descoberta do Brasil, 38 anos depois da proclamação da reforma Protestante e apenas 6 anos depois da chegada dos jesuítas à Bahia, aportou no Brasil uma caravana ecumênica procedente da França. Eram nobres, artesãos, soldados, criminosos e agricultores, alguns católicos e outros protestantes, sob o comando do navegador e aventureiro Nicolau Durand de Villegaignon, de 45 anos, ora católico ora protestante" (CÉSAR, p. 37).

Que empreita é essa? Por que os franceses para cá vieram? Del Priori e Venancio nos contam que a França era um lugar perigoso para os protestantes, e, portanto, apoiados pelo influente Gaspar de Coligny, alguns franceses rumaram para as bandas de cá próximo a 1555: "quando chega à baía de Guanabara o vice-almirante francês Nicolau Durand de Villegaignon para fundar no hemisfério sul uma colônia, a França Antártica, com calvinistas (huguenotes) franceses, hostilizados em sua terra. [...] Com o auxílio de Gaspar de Coligny, nobre protetor dos huguenotes, Villegaignon estabeleceu-se na Guanabara com quatrocentos homens atraídos pela promessa de liberdade religiosa" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 37). César reforça os dizeres dos historiadores supramencionados: "Os franceses queriam construir aqui a França Antártica, por razões econômicas e religiosas. Em nenhum canto da França, então com 15 milhões de habitantes, havia segurança para os protestantes, lá chamados de huguenotes. Um deles, o almirante Gaspar de Coligny, de 36 anos, era muito influente e deu total apoio à empreitada de Villegaignon" (CÉSAR, p. 37). Portanto, aqui estavam alguns franceses que vieram para morar!
Ao que parece logo se associaram aos índios locais, os tamoios, e tudo corria bem. Mas Villegaignon se nos apresenta um tanto quanto paranóico, conforme descrição de Mary e Renato: "Suspeitas e insegurança, porém, logo perturbariam o governo da França Antártica. Villegaignon desconfiava de seus próprios homens e dos índios tamoios, seus aliados" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 37).
Piorando um pouco a situação, conturbando (mais ainda?) a mente de Villegaignon, acontece outro fenômeno: a vinda de pregadores, ministros calvinistas.  Há, contudo, aqui, uma divergência entre nossas fontes. Venancio e del Priori dizem que "aqui chegou um contingente de 238 religiosos calvinista vindos de Genebra, onde haviam sido ordenados. Ao que parece, os missionários recém-chegados traziam cartas de recomendação de importantes líderes religiosos e nobres, que fizeram Villegaignon temer por seu prestígio na França" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 37), ao passo que César diz "No dia 7 de março de 1557, um ano e três meses depois da primeira expedição, chegou a segunda leva de franceses: cerca de 3000 colonos católicos e sem religião em sua maioria. Com eles vieram quatorze huguenotes [...] de Genebra, enviados por João Calvino, a pedido do próprio Villegaignon. Entre estes estavam o doutor em teologia Pierre Richier, de 50 anos, o pastor Guillaume Chartier, o historiador Jean de Léry e dez aresãos" (CÉSAR, p. 38). 14 ou 238 religiosos? Seja como for, vieram pregadores e teólogos calvinistas para essas terras.
Venancio e del Priori nos conta sobre a recepção calorosa inicial que logo foi substituída por divergências doutrinárias."Na chegada, o líder os recebeu com gestos de obediência, passando, logo depois, a criticá-los por não usarem pão comum e vinho não misturado com água na celebração da Santa Ceia. As polêmicas se multiplicaram. Villegaignon questionava as posição calivnistas sobre a transubstanciação [...], a invocação dos santos, o Purgatório" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 37).
Aqui encontraremos nova divergência entre as fontes. Primeiro, Venancio e Del Priori nos contam que o ministro enviado por Calvino, Pierre Richier, foram proibido de pregar quando as controvérsias se intensificaram, e diz que ele, então, resolveu voltar para a Europa: "Por fim, proibiu Pierre Richier, um dos pastores credenciados por Calvino, de pregar. Diante de tantos conflitos, Richier partiu par a Europa com seus auxiliares" (DEL PRIORI, p. 37-38). Já César diz que, primeiro, os calvinistas foram exilados (o que é compatível com as informações dos historiadores) e depois foram expulsos: "O namoro do vice-almirante com os huguenotes durou muito pouco tempo. Em outubro de 1557, sete meses depois de ter tomado a Ceia do Senhor em duas espécies (pão e vinho), Villegaignon os expulsou da ilha para um local chamado La Briqueterie, hoje Olaria, no continente. Menos de três meses depois, em janeiro de 1558, Richier e outros genebrinos foram obrigados a voltar para a Europa e lá contaram o que havia acontecido e chamaram Villegaignon de 'o Caim da América'" (CÉSAR, p. 39), o que dá ares mais nobres a Richier, pois ele, dessa forma, não teria desistido do trabalho por conta das dificuldades.
Consenso também é o que aconteceu depois: "Devido às más condições de travessia marítima, alguns resolveram voltar. Foram recebidos por um desconfiado Viellegaigon que rejeitara publicamente o calvinismo. Obrigados a redigir uma declaração sobre algunspontos doutrinários - intitulada Confessio Fluminensis -, caíram numa armadilha: acusados de traição, foram condenados e executados. Tonaram-se os primeiros mártires do credo protestante na América" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 37-38) e César:
"Nesse mesmo ano, no dia 9 de fevereiro, o homem forte da França Antártica mandou estrangular e lançar ao mar os quatro signatários de uma confissão de fé reformada" (CÉSAR, p. 38), que foi a mencionada acima. O autor ainda menciona que um voltou atrás e foi poupado. Os demais huguenotes fugiram e há um relato de um deles, anos mais tarde, que foi para São Vicente, foi preso e levado para a Bahia e, depois, acabou sendo "enforcado no Rio de Janeiro por ordem de Mem de Sá e com a assistência de José de Anchieta" (CÉSAR, p. 39), em 1567.

Neste ínterim há outro evento que merece ser mencionado. É a Guerra dos Tamoios. O tupinambás, também conhecido como tamoios, logo se associaram aos franceses. Outros índos também se associaram. Claro, índios e estrangeiros unidos eram um terror para os portugueses. Se já eram indesejáveis em separado, quanto mais juntos e livres.
Del Priori e Venancio  mencionam uma guerra que ocorreu quando os franceses por aqui estiveram, na Guanabara, e relatam o evento como a primeira união entre os índios: "Em meados do século XVI, a Confederação dos Tamoios, primeiro movimento de resistência a reunir vários povos indígenas, como tupinambás, goitacases e aimorés, teve o apoio de huguenotes franceses, terminando com milhares de índios mortos e escravizados" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 26). Claro, coloca a coisa de modo a parecer um massacre exclusivamente lusitano, e ainda apoiado pelos malvados calvinistas. Mas Narloch está constantemente a contar o que foi omitido. Os portugueses aproveitaram que os índios tupiniquins e temiminós tinham rixas com os índios associados aos franceses e partiram para o que ficou conhecida como "Guerra dos Tamoios, entre 1556 e 1567. Os tupiniquins e os temiminós ajudaram os portugueses a expulsar os franceses do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, lutavam contra antigos inimigos: os tupinambás, também chamados de tamoios. Depois de vencerem, os nativos aliados dos portugueses ganharam terras e uma posição privilegiada de colaborados do reino português" (NARLOCH, p. 38). Portanto, era um conflito de interesses. Os portugueses queriam garantir suas terras, e os índios queriam apenas a cabeça dos índios das outras tribos. Talvez os outros índios tenham se unido para enfrentar seus inimigos indígenas em comum, e certamente para retirar os lusitanos escravizadores que tanto lhes agrediam. Parece-nos possível, também, concluir que os franceses não exploraram ou escravizaram os índios. De qualquer modo, "enfraquecido e já sem a proteção de Coligny, Villegaignon retornou à França em 1558, pouco antes de os portugueses recuperarem a Guanabara" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 38).
Elben Magalhães Lenz César conclui assim as considerações sobre este evento (e tomamos suas palavras para concluir): "Sob todos os pontos de vista, a França Antártica ou a invasão francesa foi um fracasso. A aventura de Villegaignon durou menos de 11 anos: no dia 20 de janeiro de 1567, os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro por Mem de Sá. Villegaignon morreu em 1575, aos 67 anos, três anos depois de Coligny, que foi uma das vítimas da matança de São Bartolomeu, na França, em 24 de Agosto de 1572" (CÉSAR, p. 39).

ESCRAVIDÃO

Vejamos que a situação política mudou. Já notamos que nos primeiros momentos os brancos dependiam dos nativos para sobreviver, e acordos e alianças eram constantemente feitas. Mas "a partir de 1534, aproximadamente, tais relações começaram a se alterar. Chega ao fim a fase em que os brancos se mantiveram dependentes dos nativos. [...] Ao substituir o escambo pela agricultura, os portugueses começavam a virar o jogo. O indígena passou a ser, simultaneamente, o grande obstáculo para a ocupação da terra e a força de trabalho necessária para colonizá-la. Submetê-los, sujeitá-los, escravizá-los, negociá-los tonaram-se a grande preocupação" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 24). E assim se deu. Na verdade, a escravidão do indígena surge como uma necessidade econômica. Boris Fausto nota que era preciso trabalhadores para os canaviais, mas onde encontrá-los? Haviam condenados que acabaram vindo para o Brasil*, mas esses eram muito poucos. Sem precisar mais dos índio, passaram a usá-los na grande empresa açucareira, e logo vieram os negros: "Começava, assim, a rendosa empresa de caça ao indígena, e com ela o tráfico de negros da terra - termo utilizado para diferenciá-los dos negros africanos, que, aliás, começaram a chegar em profusão por volta de 1550 -, a fim de abastecer os núcleos de colonização" (DEL PRIORI, Venancio, P. 25).
 Portanto, negros até que haviam, mas eles começaram a vir de maneira mais volumosa em meados do século XVI, e é com Mem de Sá, como já vimos, que o tráfico negreiro é intensificado, compondo o quadro miscigenado de nossa nação*.
Mas, afinal de contas, por que raios os negros foram trazidos pra cá? Já não se tinham os índios? Não eram suficientes? Alguns fenômenos, entretanto, acabaram por minorar a quantidade de índios aptos para o trabalho, e os negros foram a alternativa: "A importação de africanos cobria a falta de mão de obra, uma vez que as epidemias e a mortalidade ligadas ao trabalho forçado, associadas à fuga de tribos inteiros para o interior, acabaram por inviabilizar o trabalho cativo dos índios. [...] a percentagem de escravos índios envolvidos na produção do açúcar foi [...] baixando à media que os senhores enriqueciam e podiam importar africanos. Isso começou a acontecer, principalmente na Bahia e em Pernambuco, a partir da segunda emtade do século XVI" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 51).
Temos de nos lembrar que o segundo Governador Geral, Duarte da Costa, enfrentou a fúria dos jesuítas contra a escravidão indígena. Dizem que os jesuítas recomendaram os negros, visto entenderem que estes não tinham alma, ao passo que os índios, sim, e, portanto, precisavam ser evangelizados e não tratados como animais*. Segundo Schiavone, a escravidão indígena perdurou até o século XVII, quando, pois, foi substituída pela escravidão do negro, que trabalharemos mais particularmente noutra oportunidade.
Incoerência à parte, a própria Igreja Católica tinha seus escravos, como nos conta Mary Del Priori e Renato Venancio: "Tratá-los como 'coisa' era natural, regra, aliás, seguida pela Igreja Católica, que os possuía às centenas em seus conventos e propriedades. O castigo físico exagerado era, contudo, condenado" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 51).

ÍNDIOS BONZINHOS?

Por um lado, ninguém duvida que houve muita chacina em relação aos índios. Temos de nos lembrar que eles eram um dos obstáculos para a falta de sucesso da empresa lusitana no Brasil. As Capitanias eram constantemente atacadas pelos dominadores portugueses. Então a ira da metrópole se acendeu contra eles, e, ouvido os relatos, Tomé de Souza é enviado para causar o caos entre os índios e Mem de Sá não fica atrás, conforme os historiadores Renato Venâncio e Mary del Priori: "Já em 1548, o regimento do governador Tomé de Souza instruía o governo para dobrar os índios hostis aos portugueses, dando-lhe carta branca para destruir aldeias, matar e punir rebeldes como castigo exemplar. A política de 'grande terror' recomendada por d. João III consistia, inclusive, em amarrar o índio que praticara algum delito à boca de um canhão, fando-o explodir. Mem de Sá que assumiu o governo-geral em 1557*, foi, sem dúvida, o campeão da violência" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 26). Entretanto, Norloch é, mais uma vez, bem sucedido em reformular as perspectivas tradicionais sobre o índio. Essa que mencionamos não é toda a história, e precisamos ter mais cautela antes de declarar 'pobres indiozinhos, inocentes, maltratados pelos gananciosos exploradores lusitanos'.
Temos de nos lembrar que os índios que aqui residiam tinham suas próprias 'políticas'. Viviam em guerra uns com os outros, e a guerra parecia seu apanágio*. A vinda dos Europeus foi vista por eles, a princípio, como um adendo a seus próprios 'movimentos políticos'. "Com a vinda dos europeus, que também gostavam de uma guerra, esse potencial bélico se multiplicou. Os índios travaram entre si guerras duríssimas na disputa pela aliança com os recém-chegados. Passaram a capituar muito mais inimigos para trocar por mercadorias. [...] Os portugueses, interessados em escravos, compravam os presos com o pretexto de que, se não fizessem isso, eles seriam mortos ou devorados pelos índios" (NARLOCH, p. 34-35). Portanto, ao adotar o sistema escravocrata, tal como sucede com os negros na África, os próprios índios eram, muitas vezes, os responsáveis pela escravidão de outro índio. Narloch colhe relatos de índios vendendo familiares a troco de quinquilharias, ou mesmo nas disputa entre tribos (se antes era importante capturar índio de maior 'qualidade social', agora quantidade estava na 'moda'). Isso, por si só, já nos faz ficar extremamente céticos quanto à figura bonitinha do índio amoroso e cordial que sempre ouvimos falar. Em outras palavras, resumindo a lição, "as tribos não apoiavam os colonos por alguma obediência cega. Seus líderes, que também particpavam das bandeiras e das batalhas, estavam interessados na pareceria para derrotar outras tribos" (NARLOCH, p. 38)*.

E quanto à questão da morte dos índios por conta das doenças transmitidas pelos portugueses (e, no ensino tradicional, a que Boris Fausto é fiel, dá-nos a impressão de que os portugueses quase que transmitiram intencionalmente essas doenças), Narloch é igualmente 'revolucionário'. Ele conta o que não nos contaram para manter a faxada de que os índios são o ápice da ética civilizatória humana: "Na verdade, quando chegaram ao Brasil, os portugueses pensavam que eles é que ficariam doentes. Era isso o que acontecia aos navegadores no resto do mundo. Os habitantes da África e da Ásia eram muito mais resistentes a doenças que os portugueses. [...] Para piorar, depois de meses de alimentação precária nas caravelas, o sistema imunológico ia para o chão. Quando voltavam das viagens novas doenças apareciam em Portugal" (NARLOCH, p. 57). Portanto, é mui certo que os índios também transmitiram muitas doenças para os portugueses, tanto os que aqui estavam quanto os que estavam em sua terra Natal, e o autor relata várias evidências.

Outro fator interessante de se relatar é o da miscigenação cultural (e posteriormente genética) entre índios e brancos. "Nas primeiras décadas do Brasil, tantos portugueses iam fazer festa nas aldeias que os representantes do reino português ficaram preocupados. Enquanto tentavam fazer os índios viver como cristãos, viam os cristão vestidos como índios, com várias mulheres e participando de festas no meio das tribos" (NARLOCH, p. 30). Portanto, os brancos adentravam-se às tribos e envolviam-se integralmente com os índios, aprendendo seus costumes e tomando suas índias por mulheres. Posteriormente, como havemos de ver, os índios também adentraram-se às cidades e aculturaram-se. Seja como for, há um fenômeno decorrente dessa inter-relação que merece destaque. Narloch nos conta sobre os índios logo adotarem o costume da bebedice com os portugueses, e tal fato é amplamente contado com propósito de denunciar a corrupção que os europeus causaram nos pobres e nobres índios. Entretanto, outro igualmente vexatório nos é encoberto: "É muito comum atribuir aos brancos a responsabilidade pelo alcoolismo entre índios. Em diversas tribos, os homens se tornam alcoólatras com muita facilidade, o que desestrutura a sociedade indígena. Ninguém, no entanto, culpa os índios por um hábito tão trágico quanto o álcool: fumar tabaco. Até os navegadores descobrirem a América, não havia cigarros na Europa nem o costume de tragar fumaça. Já os índios americanos fumavam, cheiravam e mascavam a folha de tabaco à vontade. A planta significava uma ligação com os espíritos e era usada em cerimônias religiosas. Entre os tupis, os caríbas ( um tipo de líderes espirituais) pregavam em transe, exaltados com o fumo muito intenso de tabaco. Em outras tribos, fumava-se antes de guerras, para aliviar dores e também por prazer" (NARLOCH, p. 60).
.Não é atoa que o Brasil logo tornou-se grande exportador de Tabaco! Novamente Leandro Norloch é nosso informante, e nos conta sobre possível e provavelmente ter sido feita no Brasil a primeira plantação em larga escala de tabaco no mundo: "Os primeiros carregamentos de tabaco consumidos entre os nobres europeus vieram do Brasil. É provável que a primeira plantação de tabaco para exportação do mundo tenha sido uma roça paulista de 1548. Por quase três séculos, a planta foi o segundo maior produto de exportação do Brasil, atrás apenas da cana-de-açúcar" (NARLOCH, p. 61).

Todos esses fatos, somado ao que já foi observado sobre os índios causarem incêndios nas matas, devem nos fazer repensar se devemos comemorar com tanto entusiasmo o 'dia do índio', para não falar nas políticas em prol dos mesmos...

[segunda tentativa do protestantismo brasileiro]
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* "Também vinham degredados, alguns condenados pela justiça secular, outros pela Inquisição, instituída em 1536. [...] Eram os 'indesejáveis do Reino', sobretudo bígamos e feiticeiras. Vir sentenciado para a América portuguesa era considerado pena árdua, era destino malfadado" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 25).
* "Deve-se lembrar que desde o século XV, no Sul de Portugal e posteriormente nas ilhas do Norte da África, a escravidão de negros em associação com engenhos de açúcar era comum. Intensificou-se ao longo dos séculos XVI e XVII, graças ao tráfico para o Brasil" (DEL PRIORI, VENANCIO, p. 51).
* Não conseguimos, em nossas fontes, identificar quem teria dito isso.
* Estamos seguindo as datas com aproximadamente um ano de diferença para mais.
* José de Anchieta notou algo em 1565. "Os tupinambás, tradicionais adversários dos colonos, de repente se mostraram dispostos a deixar de guerrear com os portugueses. O real motivo dessa aliança surpreendente era 'o desejo grande que têm de guerrear com seus inimigos tupis, que até agora foram nossos amigos, e há pouco se levantaram contra nós', acreditava o padre (NARLOCH, p. 38).
* Outra citação interessante, feita por Narloch, de Maria Regina Celestino de Almeida, é a seguinte: "Se os europeus se aproveitaram das dissidências indígenas para fazerem suas guerras de conquistas por território, também os índios lançaram mão desse expediente para conseguir seus próprios objetivos" (ALMEIDA apud NARLOCH, p. 38).


BIBLIOGRAFIA

CÉSAR, Elben M. Lenz. História da Evangelização do Brasil: dos jesuítas aos neopentecostais. Viçosa: Ultimato, 2000,  192p.

DEL PRIORI, Mary; VENANCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2010, 320p.

FAUSTO, Bóris. A História do Brasil por Bóris Fausto. Acessado no dia 23/07/2014 em: https://www.youtube.com/watch?v=pSyE82yRaKU

NARLOCH, Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. São Paulo: Leya, 2009, 320p.

SCHIAVONE, Alexandre. História - Aulo 1: Período Colonial Brasileiro. Acessado no dia 01/09/2014, em: https://www.youtube.com/watch?v=ouq9tU5DUOc&list=PL-5888xShjYp6bkqJ9Ro5Z6h_LH8P4kkm&index=2

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