O CONTEXTO HISTÓRICO
Certa feita estávamos a debater com um meliant...quer dizer, militante ateu, e o sapientíssimo ser confundiu os significados de místico e mítico. Já era uma gritante declaração de que ele não havia gastado muito tempo considerando o assunto, não lendo nada sobre. A evidência era a falta de familiaridade com os termos. Mas a evidência máxima foi querer considerar a crença em Deus, particularmente no Deus cristão (aliás, evidentemente, era um neo-ateu, embora nem isso soubesse), uma crença mítica. No final, o nada erudito adversário escancara sua idiotice ao considerar toda informação não empírica como mítica. Na verdade, para ele, toda crença, todo ‘ato de fé’, era encerrar-se em um mito, no sentido pejorativo do termo.
Certa feita estávamos a debater com um meliant...quer dizer, militante ateu, e o sapientíssimo ser confundiu os significados de místico e mítico. Já era uma gritante declaração de que ele não havia gastado muito tempo considerando o assunto, não lendo nada sobre. A evidência era a falta de familiaridade com os termos. Mas a evidência máxima foi querer considerar a crença em Deus, particularmente no Deus cristão (aliás, evidentemente, era um neo-ateu, embora nem isso soubesse), uma crença mítica. No final, o nada erudito adversário escancara sua idiotice ao considerar toda informação não empírica como mítica. Na verdade, para ele, toda crença, todo ‘ato de fé’, era encerrar-se em um mito, no sentido pejorativo do termo.
Pois bem, nada
melhor do que a boa e velha instrução para resolver esse tipo de confusão.
Vamos, pois, no que se segue adiante, explicar o que é o mito, sua relação com
o surgimento da filosofia, e sua relação à religião.
IDENTIFICANDO OS
TERMOS: MÍSTICO OU MÍTICO?
Primeiro, para o
leitor que também não está muito inteirado sobre o assunto e vive a confundir
algo místico com algo mítico, traremos um esclarecimento básico sobre o que é
algo místico. A seguir, abaixo, teremos uma exposição sobre o que é o mito e, consequentemente,
o que é algo ‘mítico’.
Charles Hodge, de
forma magnífica, nos esclarece sobre os usos do termo ‘místico’. Seguiremos, em
suma, a ele: ‘Misticismo’ é um termo controverso e amplo. Etimologicamente
refere-se a alguém que aprendia os mistérios por revelação especial, segredos.
O místico vê e sabe mistérios que outras pessoas não sabem, seja por intuição
imediata ou revelação interior (p. 46).
Na filosofia o termo
é usado para os que ensinam a unidade do humano com o divino, ou para os que
ensinam a intuição imediata do infinito. Conhece-se Deus face a face, sem
intermediação. Aquiescência ao sentimento despertado pelo infinito. Veremos, ao
expor Plotino e o neo-platonismo, a exposição dessa perspectiva filosófica
(HODGE, p. 46-47).
Um outro uso do
termo é o que torna o sentimento a fonte do conhecimento, e os eleva acima de
toda outra fonte. É dar mais importância às emoções do que ao intelecto. O
místico desconfia da razão e dos sentidos. Um tipo de misticismo vê nas emoções
a fonte da verdade outra considera que Deus testifica as verdades por meio das
emoções (HODGE, p. 48-49).
Bom, seja como for,
não é ao misticismo que iremos dissertar abaixo. O texto versará sobre o mito,
o mítico, e não sobre o místico. É bom que não se confunda.
O MITO NA
ANTIGUIDADE
“A fim de entendermos o pensamento dos
primeiros filósofos, precisamos entender primeiro o que significa ter uma visão
mitológica do mundo” (GAARDER, p.35).
O homem estava
diante de muitos fenômenos naturais desconhecidos, não-interpretados, hostis à
sua sobrevivência. Que era, afinal, esses lampejos celestiais que emanam feixes
de luz até o solo trazendo morte? Que é toda essa ventania que surgiu ‘do
nada’, com muita água, inundando e derrubando tudo? Esses e outros eram os
fenômenos, os ‘fatos’ tal como se davam aos sentidos. E essas eram as questões.
Foi, como observa Chalita, o espanto, o medo e o assombro (CHALITA, p.22), que
fizeram o homem antigo ‘parir’ o mito*1.
Segundo Chalita, o
mito é oriundo do próprio animismo. Chalita observa que o homem antigo fez a
seguinte analogia (perceba como uma hipótese foi levantada e, como ela fazia
sentido e, aparentemente explicava os fenômenos, viabilizando, inclusive, um
modo supostamente eficaz de lidar com eles e suas reais ameaças): “Da mesma
forma que imaginamos as circunstâncias que levam uma pessoa a ter uma explosão
de raiva inexplicável, os homens tentavam entender os fenômenos ‘explosivos’ da
natureza*2. ‘Por que esta tempestade? Alguma coisa desagradou a
natureza. Fizemos algo errado, ou deixamos de fazer alguma coisa que deveria
ter sido feita. A partir do momento em que a natureza ou cada uma das suas
manifestações passaram a ser consideradas entidades superiores e
temperamentais, que podiam de uma hora para outra irromper em fúria, surgem,
primeiro na forma de boatos, depois como expressão da verdade, histórias sobre
a personalidade e os feitos, as alianças e as inimizades dessas entidades
[...]. E uma vez que os fenômenos naturais são associados aos deuses*3
e esses são interpretados como personagens semelhantes aos homens*4 –
já que têm personalidade e manifestam emoções*5 –, a única coisa a
fazer é tentar agradar a eles*6” (CHALITA, p. 20-22). Essa é a
aurora do animismo, do mito e das religiões antigas e, quiçá, das atuais*7.
Aos poucos foram-se acrescentando detalhes, segundo imaginavam, e em épocas e
lugares diferentes as lendas foram se desenvolvendo*8. Supostamente
alterações dialéticas teriam produzido as religiões posteriores*9.
Logo as histórias
sobre as entidades por detrás dos elementos, convertidos em histórias sobre
‘homens imortais e superpoderosos’, deuses, encerraram históricas cosmogônicas
também. “São histórias que nossos ancestrais transmitiam de geração a geração e
que descrevem como o universo foi criado por uma ou mais entidades
sobrenaturais, as chamadas divindades” (ROCHA, p.37).
Tudo bem, sabemos
como os homens criaram os mitos, e até como do animismo eles tornaram-se
histórias, tramas complexas, segundo a imaginação dos homens. Mas não era
apenas para compreensão dos fenômenos que os mitos serviam. “Essas histórias
fazem parte da tradição oral dos povos e visam sempre reafirmar os seus valores
morais, religiosos ou éticos” (ROCHA, p.37). Chalita observa que os mitos não
eram apenas narrativas sobre a origem das coisas (homem, natureza, mundo), mas “também
falam sobre aspectos da condição humana, como o fato de ser mortal e sexuado,
de viver em sociedade e ter de trabalhar para sobreviver, da necessidade de
regras de convivência...” e adiante complementa sobre a utilidade deles: “...
um papel importantíssimo, transmitindo o conhecimento de pais para filhos,
garantindo a segurança dos indivíduos e a continuidade dos valores sociais,
unindo as pessoas de um mesmo grupo” (p. 23).
Vale lembrar que os
gregos acreditavam, também, que as habilidades humanas eram dádivas divinas, ou
emanavam deles. Parece-nos que Platão iria ver nisso um insight para o ‘mito
dos metais’, o que veremos noutra oportunidade.
Portanto, os mitos
faziam parte de toda a cosmovisão dos antigos. Eles fundamentavam a metafísica
(versando sobre a origem e o funcionamento do mundo), a ética (incluindo a
reflexão existencial, teleológica e sociológica) e a antropologia*10.
Toda a vida dos antigos estava comprometida e influenciada pelos mitos.
O MITO E NÓS, HOJE
Chalita afirma, sem
muitas explicações, que os mitos ainda têm valor: “Em todos os povos, o mito
sempre teve (e ainda tem, em muitas culturas) um papel
importantíssimo...” (p. 23, itálico nosso). Talvez ele queira se referir, de
forma pejorativa, às nações ‘atrasadas’, que ainda abraçam mitos. Seja como
for, isso forneceu um insight para que pensemos em como os mitos poderiam nos
abençoar. Acreditamos que o filósofo Olavo de Carvalho pôde iluminar-nos quanto
a isso em seu artigo ‘Do Mito à Ideologia’.
Em suma, Olavo de
Carvalho defende que devemos compreender o mito fundador de nossa sociedade
para podermos compreendê-la com exatidão e não cairmos em ideologia. Segundo o
professor Daniel Gomes, para a sociologia marxista, ‘ideologia’ é sinônimo de
‘falsa consciência’, discurso enganoso que leva-nos a ver as coisas não como
elas são, mas de maneira invertida*11.
Por mito-fundador,
portanto, Olavo não quer dizer “uma ilusão coletiva inventada por espertalhões
de classe dominante para colocar os homens a seu serviço” (p. 407-408), que, a
propósito, é a concepção dos críticos da religião, como se toda religião não
passasse de um instrumento de domínio social*12.
O mito fundador
seria “uma narrativa simbólica de fatos que efetivamente sucederam, fatos tão
essenciais e significativos que acabam por transferir parte do seu padrão de
significado para tudo o que venha a acontecer em seguida numa determinada área
civilizacional” (OLAVO, p. 408). Assim, como observa pouco antes disso, os
mito-fundadores não eram produtos culturais uma vez que foram a partir deles e
da abstração das lições que trouxeram que as culturas se desenvolvem.
Adiante Olavo vai
defender que a Bíblia seria o mito fundador do ocidente. Temos algumas reservas
quanto a essa perspectiva, pois não acreditamos ser necessário entender as
narrativas bíblicas como simbólicas. Falaremos disso em outro momento. Mas, o
que interessa aqui é tentar perceber como essa proposta do professor Olavo
poderia nos ajudar a apreciar, hodiernamente, os mitos antigos. Talvez a
proposta seja justamente pelo fato de que eles fornecem os alicerces
significativos que fundamentaram o desenvolvimento filosófico do Ocidente e lhe
estruturou o pensamento. Nesse sentido, como veremos adiante, parecem fugir da
ideia de ‘narrativas de fatos que aconteceram’. Mas ainda assim são os
alicerces do pensamento ocidental.
MITO E RELIGIÃO
Seria
viável inventar Deus?
Para começo de
conversa, temos de encarar (e refutar, ou pelo menos refutar a ideia de que
isso fundamenta a descrença de alguma forma) a concepção de que a religião (ou
melhor, toda e qualquer religião, inclusive a cristã) é apenas um progresso do
animismo ao mito, e do mito à fé religiosa. Essa proposição é refutada por dois
pensadores cristãos de maneira muito interessante. Primeiro, R. C. Sproul. Percebemos
que tipo de raciocínio é usado pelo ateu para valer-se do mito como argumento
para sua descrença. Agora, Sproul faz observações, no mínimo, capciosas. Aliás,
ele joga uma questão no ar, uma provocação, que, a não ser que seja respondida,
encerra a conversa reduzindo o ‘meliante’ à ignorância: “A tese básica de Freud
é que o ser humano inventou a religião a partir do medo da natureza. Para
diminuir esse medo, ele personaliza a natureza. Depois a sacraliza, mas ela
nunca se torna pessoalmente santa. De acordo com a Bíblia, existe algo ainda
mais ameaçador, mais traumático, para a psique humana do que as forças
impessoais da natureza. Se a natureza não é pessoal nem santa, precisamos temer
apenas o seu poder. Todavia, se Deus é pessoa e santo, temos de temer não
apenas seu poder, mas também seu juízo [...]. Se inventamos Deus somente
para afastar a ameaça da natureza, por que inventar alguém infinitamente mais
ameaçador que a própria natureza?” (p. 190, itálico nosso).
Falácia
Genética
Agora, o óbvio, a
falácia genética. Ainda que concedêssemos ao ateu que a religião se desenvolveu
a partir do animismo, isso provaria o quê? Norman Geisler deixa-nos compreender
perfeitamente do que se trata a falácia genética com a seguinte ilustração: “De
fato, posso herdar uma queda para a matemática e aprender a tabuada com minha
mãe, mas as leis da matemática existem independentemente de como eu venha a
conhecê-las” (GEISLER; TUREK, p. 194). Talvez seja por isso que Abraham Kuyper
diz isto dos que propõem a origem na religião como oriunda do animismo: “...tem confundido o canhão que dispara a bala com a
bala em si.” (KUYPER, p. 38). Na melhor das hipóteses a ideia de que a crença
em Deus originou-se no animismo pode provar como os homens vieram a crer em
Deus, mas não prova que essa crença é falsa. Colocando de outra maneira, seria
a forma que viemos a descobrir a Deus, e não a iventá-lo. Dizer que é evidência
de que ele foi inventado é extrapolar as premissas e cair em falácia.
A Bíblia ensina que surgiu primeiro o politeísmo ou o
monismo?
Bom,
primeiramente, temos que entender o seguinte. Há um fato real, algo que
realmente aconteceu no passado. Formulamos hipóteses que tentam explicar da
maneira mais abrangente (que abarca a maior parte dos ‘dados’) e lógica o que
aconteceu*13. Sabemos, pois, que
povos antigos nutriam várias religiões e cultos. Parece-nos, de fato, que
vieram a crer em deuses por detrás do mundo de maneira natural. Mas essa não é
toda a história.
À
luz das Escrituras podemos ampliar nossa compreensão sobre os fenômenos que
ocorreram. Primeiramente o homem sabia que existe apenas um Deus. Mas
houve a Queda. Daí em diante o homem foi entregue a si mesmo, e foi abandonado
por Deus, na medida que ele mesmo recusava-se a se-lhe submeter. O coração
caído, pois, acabou por criar todo tipo de deuses falsos, não só para lidar com
o mundo hostil que viviam, mas por serem homens criados com o desejo de buscar
a Deus. O homem, pois, é um ser ‘religioso’ por natureza.
Observemos
essa ideia claramente exposta no texto bíblico escrito por Paulo:
“A
ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e perversão dos homens que
detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é
manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque
os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios
raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
Inculcando-se
por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e
répteis.” (Romanos 1:18-25).
Não
iremos, por questão de espaço, expor toda a porção destacada. Mas algumas
partes têm de ser apenas destacadas, brevemente, a título de uma instrução
inicial. O texto, claramente, diz que alguma espécie de conhecimento já está
presente no homem. Acreditamos que se trata da ideia inata sobre Deus. Mas esse
conhecimento, por conta do amor do homem ao pecado, foi pervertido. O homem
preferiu seguir seus próprios caminhos. Tudo isso fê-lo enredar-se em
obscuridade, em insanidade, na ‘criação’ de seus próprios deuses. Portanto,
toda religão além da Bíblica seria uma perversão humana da verdadeira religião.
Deus mesmo teve que se revelar para corrigir todas as falsas impressões que o
homem tinha e conceder-lhe informações que jamais teria se não se lhe fossem
contadas.
Outro
texto que queremos, de forma bem rápida e suscinta, trazer à tona para breve
consideração é o de Gênesis 4:26: “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual
pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR”. Que os exegetas
do Antigo Testamento nos corrijam, mas parece que após a Queda do homem, após a
morte de Sete, não se invocou a Deus até que Enos nascesse. Talvez nesse
período tenha-se florescido o animismo, os mitos e coisas do gênero, ou até
mesmo um período de ateísmo.
Religião para o homem?
Mas
Kuyper, mui sagaz, acrescenta observações preciosas que precisamos registrar.
Para ele, a religião oriunda do animismo, ainda que desenboque no monoteísmo,
ainda assim é uma religião distinta da bíblica, da revelada na Palavra de Deus.
Em suma: “Em todas estas diferentes formas ela é e continua sendo uma religião promovida
por causa do homem, visando sua salvação, sua liberdade, sua elevação, e em
parte também seu triunfo sobre a morte. E mesmo quando uma religião deste tipo
tem se desenvolvido em monoteísmo, o deus que ela adora invariavelmente
permanece um deus que existe para ajudar o homem, para assegurar a boa ordem e
a tranqüilidade do Estado, para fornecer assistência e livramento em tempos de
necessidade, ou para fortalecer o mais nobre e alto impulso do coração humano
em sua incessante luta contra a influência degradante do pecado” (p. 38-39,
itálico nosso). O destaque em itálico acentua um grande contraste entre a religião
‘natural’ e a religião bíblica, ou seja, segundo aquela a religião existe, conforme
os propósitos para que veio, para assistir ao homem, para lhe beneficiar, para
ajudá-lo a viver; ao passo que esta entende que o tudo que existe, o homem e o
mundo, o faz para a glória do Deus Triuno: “Porque dele, e por meio dele, e
para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.”
(Apóstolo Paulo em sua Epístola aos Romanos, capítulo 11, verso 36).
Precisamos,
ao comentar isso, nos precaver do erro de negar que a religião pode beneficiar
o homem, de fato, trazendo-lhe bonanças subjetivas. Mas não é por isso que a
religião existe. Ela existe porque está dentro dos propósitos de Deus para o
louvor de sua glória. Kuyper, mas uma vez, expressa-se com maestria: “A
posição do Calvinismo [termo tomado pelo autor como representação plena da
teologia bíblica] é diametralmente oposta a tudo isto. Ele não nega que a
religião tem igualmente seu lado humano e subjetivo; não discute o fato de que
a religião é promovida, encorajada e fortalecida por nossa disposição de buscar
ajuda em tempo de necessidade e consagração espiritual diante de paixões
sensuais; porém, sustenta que isto inverte a própria ordem das coisas para
buscar, nestes motivos acidentais, a essência
e o verdadeiro propósito da religião.
O Calvinismo valoriza tudo isto como frutos
que são produzidos pela religião, ou como âncoras que lhe dão apoio, mas
rejeita honrá-los como a razão de sua existência. Certamente, a religião, como
tal, produz também uma bênção para o
homem, mas ela não existe por causa do homem. Não é Deus quem existe por causa
de sua criação; a criação existe por causa de Deus. Pois, como diz a Escritura,
ele tem criado todas as coisas para si mesmo” (p. 39).
Kuyper
ainda é perspicaz o suficiente para observar que a religião egoísta, que tem
como fim a busca da satisfação do homem, em tempos de bonança e prosperidade é
preterida, e esse foi o seu fim em terras não cristãs (p. 39).
Religião x Ciência?* 14
Basicamente a
questão é a seguinte. O animismo vê na própria natureza a existência de
entidades espirituais. Para compreender a natureza e lidar com os fenômenos,
pois, era preciso lidar com essas entidades. Já na teologia judaico-cristã a
concepção é muito diferente. Compreende-se a natureza, primeiro, pelos
pressupostos corretos, e, em seguida, pela investigação científica. Isso é
versar sobre os fenômenos, as relações fenomenais, e afins. Mas não é dizer respeito
a questões metafísicas, assuntos da filosofia e da teologia.
Metafísica
x Física
Além disso, a
própria teologia tem perspectivas muito distintas. Se o que marca a mitologia é
a busca pela compreensão dos fenômenos naturais, a teologia já não tem essa
pretensão. Antes, ela coloca as coisas nos lugares. Deus é quem estabeleceu as
leis, pressuposto necessário para busca-las. Encontra-as pelo método científico
e pela imaginação racional. Já Deus está relacionado aos fundamentos
metafísicos da existência do mundo, do cosmos e tudo o mais, bem ao sabor da
proposta filosófica inicial, como veremos doravante. A discussão existencial e
moral também lhe ‘traz’ à baila. Mas as discussões fenomenais em si já não são
matérias de discussão de um filósofo, com exceção dos filósofos da ciência (e,
sendo ainda mais específico, os filósofos ‘internos’ da ciência).
Valores
ontológicos da criação segundo a Bíblia diferem dos do animismo
Ferreira e Myatt
ainda tecem observações para demonstrar a diferença entre os mitos e a religião
bíblica, o teísmo judaico-cristão: “Em termos que deveriam soar escandalosos
aos ouvidos do mundo antigo, o autor do livro de Gênesis lança um ataque
frontal contra os conceitos de divindade comuns naquela época. Em vez de serem
objetos dignos de louvor e temor, os céus, as estrelas, o sol, a lua, os
animais e demais objetos da criação são descritos como apenas objetos criados.
Eles não têm sinal algum de poder divino – mana – no seu ser. Pelo contrário,
apontam para o poder e a divindade superior do Criador, que é totalmente
distinto da criação. Além disso, o ser humano é descrito como o ápice da criação.
De forma alguma deve se colocar sob as forças da criação e dos animais para
venerá-los e servi-los. À luz do ensino bíblico, então, é preciso rejeitar a
postura das religiões alicerçadas no animismo. Primeiro, a tendência ao
panteísmo tem de ser repudiada. A criação não é permeada por uma força divina e
espiritual*15. Quaisquer forças que existam na criação forma criadas
por Deus e não tomam parte em sua natureza [...]. A Bíblia, ao proibir a
veneração dos elementos da criação, também nega que representem a habitação e
domínio de deuses ou outros seres espirituais. Mesmo entidades espirituais que
existem são criaturas de Deus, tal como o ser humano, e não devem ser objetos
de devoção ou temor [os autores, em nota, observam que pode, sim, haver relação
a poderes demoníacos com questões animistas, mas esse é assunto para outro
texto, e eles também o protelam para outra parte da Sistemática]” (p. 75).
---------
*1 Pondé
faz uma observação interessante sobre o assunto e, para demonstrar um pouco da
relevância deste estudo, resolvemos abrir essa nota. Para demonstrar a
ingenuidade dos ‘politicamente corretos’ para com a natureza (daquele tipo de
adoradores modernos da vida natural, da natureza, a despeito do progresso
tecnológico e dos avanços da humanidade, como se devêssemos tornarmo-nos como
os índios para resolver todos os problemas da raça humana), Luiz Felipe Pondé
observa: “Nossos ancestrais facilmente cultuavam a natureza porque ela os fazia
sentir pequenos, dependentes e protegidos e/ou destruídos por ela. Qualquer
relação adulta com a natureza implica saber que ela gera e destrói, e, nesse
sentido, nossos ancestrais eram mais adultos do que os retardados
contemporâneos, pois cultuavam a natureza não porque viam nela uma pureza
santinha, mas porque enxergavam o poder dos deuses ancestrais: beleza e
crueldade. Os idiotas românticos de hoje em dia esquecem que câncer é tão natural
quanto os passarinhos, e pensam que a natureza seja apenas os passarinhos” (p.
73).
*2
Percebamos que Sproul expõe Freud com proposições muitíssimos semelhantes às de
Chalita, como vimos acima, quanto ao início da religião: “A explicação mais comum para o fenômeno
global da religião é que ela tem suas raízes em uma profunda necessidade
psicológica ou projeção intencional [...]. Ele [Freud] concluiu que a principal
tarefa, a raison d’etre, da civilização era nos proteger e defender da
natureza. A natureza manifesta elementos que parecem zombar do controle humano
[...]. Para criar uma defesa contra as forças da natureza, diz Freud, é preciso
personaliza-las. Poderes impessoais são remotos; não é possível achegar-se a
eles com segurança [...]. Temos experiência de como lidar com pessoas que nos
ameaçam [...]. Assim, o primeiro passo para escapar das ameaças da natureza é
humanizar e personalizar a natureza [...]. O segundo passo é sacralizar a
natureza [...]. Como organismos, a religião começa simples e avança para formas
mais complexas [...] Para Freud, o animismo constitui o primeiro estágio do
desenvolvimento religioso [...]. A religião, no fim, desenvolve-se até chegar
ao monoteísmo complexo que afirma uma Providência benevolente” (SPROUL, p.
187-189).
*3
Voltaire acredita, diferente de muitos estudiosos, que originalmente havia a
crença num só Deus para, então, “a fraqueza humana ter concebido vários” (p.
190). Ele vê os homens deparando-se com fenômenos naturais, estupefazendo-se e
conotando algum poder superior a eles. Vejamos o relato em suas palavras: “É
natural que os habitantes de uma pequena povoação, aterrados pelo trovão,
afligidos pela perda das suas searas, maltratados pela povoação vizinha, em
toda a parte sentindo um poder invisível, tenham logo asseverado: ‘Há algo
superior a nós que nos traz o bem e o mal’” e “Nas aldeias, ter-se-ão limitado
a comentar: ‘Há um poder que troveja, que neva sobre nós, que faz morrer os
nossos filhos: apaziguemo-lo; mas como apaziguá-lo? Já observamos que graças a
pequenos presentes, pudemos acalmar a cólera de gentes irritadas; vamos pois
dar pequenos presentes a esse poder. Temos também de lhe dar um nome” (p.
190-191). Até aqui tudo conforme os demais. Entretanto, Voltaire questiona:
porque mais de uma divindade? Porque os povos iriam supor várias e não uma?
Talvez por conta de presumir que cada tipo de fenômeno da natureza comportava
um espírito diferente, alguém poderia responder. Mas para Voltaire isso
aconteceu depois: “É natural que com o exaltar-se a imaginação dos homens e
havendo o seu espírito adquirido conhecimentos confusos, a breve trecho
multiplicassem os deuses e assinalassem protetores aos elementos, aos mares, às
florestas, às fontes, aos campos [...]. Como não adorar o sol, quando se adora
a divindade de um riacho? Dado o primeiro passo, em breve a terra se cobriu de
deuses e, por fim, desce-se dos astros aos gatos e às cebolas” (p. 191).
Outra coisa que
ficou sugerida no verbete é o contato com outros povos que poderia ter
favorecido a crença em vários deuses, afinal, cada aldeia, cada tribo, tinham o
seu deus diferente.
Para argumentar em prol
do monoteísmo da religião natural Voltaire entende que havia uma associação
daquele poder maior à uma autoridade, e esses povos primitivos viviam sob
auspícios de uma única autoridade. Tal fato teriam os feito reproduzir essa
analogia na divindade.
Quem sabe? Mas
Voltaire, pelo menos, é um dos nomes que contesta a ideia vigente de que a
religião teria surgido em forma de politeísmo para, então migrar para o
monoteísmo.
Para completar sua
exposição, ele entende que cada povo adorava um deus único, concernente aos
fenômenos climáticos, ou de alguma outra natureza, da região. Se fossem
filósofos adorariam ao Deus da natureza, e não a um deus de uma aldeia. Mas o
tempo trouxe esclarecimento ao homem, e voltaram a sair da ignorância
politeísta para o monoteísmo novamente.
*4 Gaarder
nos dá um exemplo da mitologia nórdica e como ela supostamente explicaria os
fenômenos. Trata-se de Thor em Midgard. Thor percorre os céus, e o agitar de
seu martelo produzia raios e trovões. Os nórdicos imaginavam o mundo habitado
como uma ilha, ameaçada por elementos externos. Essa é Midgard. Em Midgard
havia Asgard, a morada dos deuses. Lá também estava Freyja, a deusa da
fertilidade.
Pois bem, as chuvas
e a fertilidade, da terra e das mulheres, estavam ligadas a Asgard. Freyja
tinha de lá permanecer. Thor defendia o local com seu martelo.
Acontece que havia,
fora de Midgard, trolls, inimigos dos deuses e dos homens, que buscavam
destruir Asgard. Havia uma trama conhecida onde o martelo de Thor era roubado.
Há toda uma historinha que é desenvolvida para que Thor vá ao reino dos trolls,
Jotunheim, e recupere o martelo. O importante é como essa lenda poderia
ajuda-los a compreender os fenômenos. Veja como Gaarder cogita algumas
aplicações: “Quando a seca assolava uma região, as pessoas precisavam de uma
explicação para a total ausência de chuva. Não seria porque os trolls tinham
roubado o martelo Thor? Podemos imaginar, também que este mito tenta explicar a
alternância das estações do ano: no inverno a natureza está morta,, porque o
martelo de Thor está em Jotunheim. Mas na primavera Thor consegue reavê-lo”
(p.38).
Evidentemente as
pessoas não queriam apenas esperar as tramas acontecerem. Nos mitos nórdicos
imaginava-se que os sacrifícios, rituais e cerimônias iriam fortalecer os
deuses, e, assim, poderiam acelerar o processo de recuperação do martelo de
Thor, por exemplo.
Entretanto todos os
ritos não podem ser entendidos como os nórdicos. Não visavam, necessariamente ‘fortalecer
os deuses’. Oriundos do animismo, antes, visavam acalmá-los, aplacar sua ira e,
com isso, pender a natureza para um ímpeto benéfico à sobrevivência. Além
disso, “os rituais, além de servir para obter a boa-vontade das entidades
divinas ou míticas, são uma maneira de celebrar o mito ou divindade,
atualizando-os na memória das pessoas da comunidade...” (CHALITA, p. 22).
*5 “... os
deuses, para os gregos, também tinham características muito especiais: eram
antropomórficos, isto é, semelhantes aos seres humanos. Eram imortais e tinham
grandes poderes, é verdade, mas em todo o resto eram como os homens. Nasciam,
apaixonavam-se, tinham relações sexuais, cultivavam amizades, ódio, sentiam
alegria, fúria, faziam intrigas e alianças entre si, e assim por diante. Também
se relacionavam com os seres humanos” (CHALITA, p. 25).
*6
Voltaire, que chama os mitos de ‘fábulas’, diz que as antigas são prestigiosas
e pinturas, alegorias, analogias sobre a natureza. Mas o mesmo filósofo condena
o desenvolvimento dos mitos como perversões: “A maioria das outras fábulas são
a corrupção de antigas histórias ou resultado dos caprichos da imaginação
[...]. As fábulas dos povos primitivos, os quais possuíam qualidades
inventivas, foram mais tarde grosseiramente imitadas por povos rudes e sem
imaginação [...]. Os povos bárbaros, que nelas ouviram falar confusamente,
introduziram-nas na sua mitologia selvagem; e, a seguir, atreveram-se a dizer: ‘Fomos
nós que as inventamos’” (VOLTAIRE; DIDEROT, p.97-98).
*7
Franklin Ferreira e Alan Myatt podem muito contribuir para ampliar nossa
compreensão sobre as religiões antigas: “Podem ser percebidas duas maneiras
pelas quais o divino era visto na criação, tanto nas religiões tribais dos
povos primitivos quanto nas religiões antigas das sociedades mais
desenvolvidas. Primeiro, o divino era entendido como uma força ou energia que
permeava todas as coisas. Os antropólogos adotaram a palavra ‘mana’, do idioma
da Melanésia, para descrever essa força, que é vista como um poder oculto que
existe em todas as coisas. [...] Mana é capaz de ser transmitida das coisas
para as pessoas e vice-versa. É uma forma de energia que pode dar poderes
extraordinários às pessoas que conseguem obtê-la. Nesse sentido, Eliade disse
que não é correto entender mana como uma força impessoal, porque não funciona fora
do contexto dos eventos e pessoas nas quais está operando. Mas ela não está
automaticamente presente nas pessoas também. Para obter a energia oculta nas
coisas, as religiões desenvolveram vários sistemas de ritos e magia.
A segunda maneira
que as religiões antigas entenderam o divino na criação foi feita pela
identificação dos deuses com a própria criação [e aqui está a gênesis dos mitos
como temos estudado]. As religiões antigas interpretavam vários aspectos da criação
como deuses e as forças da criação como as atividades dos deuses [...]. É
importante entender que não é a natureza física em si que é o objeto de culto,
mas sim a criação permeada pela presença do divino. [...].
O que podemos
observar em nossa descrição dessas religiões é a ideia de dois tipos de poderes
sagrados na criação: a força ou energia que permeia todas as coisas e a
existência de seres espirituais. A distinção entre a força ou energia e as
pessoas não é sempre óbvia. Existe uma interação íntima entre os dois. Animismo
é o nome empregado para descrever as religiões tradicionais que trabalham com
essas entidades. Van Rheenen nos oferece a seguinte definição: ‘[animismo é] a
crença que entidades pessoais espirituais e forças pessoais espirituais têm
poder sobre os negócios humanos e, consequentemente, que os seres humanos devem
descobrir quais forças os influenciam, para que eles possam determinar a ação
futura e, frequentemente, manipular seus poderes’.
O alvo do animismo é
a manipulação dos poderes. Isso pode ser feito para conseguir sucesso na vida, amaldiçoar
os inimigos, prever o futuro, curar doenças ou descobrir a fonte de calamidade e
os problemas da vida” (FERREIRA/MYATT, p. 54-55).
*8 Será
interessante ressaltar que o mito diferirá do teísmo propriamente dito, para
começar, por sua origem e, consequentemente, proposta epistêmico-metafísica.
Protelemos.
*9 “Os
mitos formavam, para os gregos daquele tempo, um sistema complexo, que
explicava praticamente todos os elementos de sua cultura. Eles estavam
organizados num conjunto coerente, lógico; em termos amplos, era uma maneira de
ver o mundo, de explica-lo e compreendê-lo” (CHALITA, p. 26). Ou seja, como
observamos, formavam uma cosmovisão. Dissertarmos sobre cosmovisão nos seguintes
endereços: http://mcapologetico.blogspot.com.br/2011/10/cosmovisao-parte-1.html
Embora vários
autores não usem o termo, podemos perceber que a ideia está presente. Observem
como François Pradeau, que lemos após ter escrito esses dois artigos, menciona
a temática sem valer-se do termo: “A filosofia nunca disse a mesma coisa,
certamente, mas ela fala sempre da mesma coisa: da realidade e do conhecimento
que podemos dela ter; do sentido de nossa existência e da maneira como podemos
conduzi-la” (p.12). Outra abordagem interessante, que fomos conhecer após os
dois artigos, é a do Franklin Ferreira e Alan Myatt, que podem ser conferidas
nas páginas 3-15 da Teologia Sistemática desses autores.
*10 Abraham
Kuyper faz uma síntese excelente dessa mentalidade, saindo o animismo até uma
concepção meio que Nova Era da acepção do divino consistindo no próprio ser
pensante, no próprio indivíduo: “A atenção é
chamada, e muito propriamente, ao contraste entre o homem e o poder esmagador
do cosmos que o cerca; e a nova religião é introduzida como energia mística,
tentando fortalecê-lo contra este poder imenso do cosmos que lhe causa um medo
mortal. Estando consciente do domínio que sua alma invisível exerce sobre seu
próprio corpo material, ele naturalmente infere que a Natureza também deve ser
movida pelo impulso de algum poder espiritual oculto. Animisticamente,
portanto, primeiro ele explica os movimentos da natureza como o resultado da
habitação de um exército de espíritos, e tenta pegá-los, invocá-los e
subjugá-los em sua vantagem. Então, subindo desta idéia atomística para uma
concepção mais compreensiva, ele começa a crer na existência de deuses
pessoais, esperando destes seres divinos, que permanecem acima da natureza,
assistência eficaz contra o poder demoníaco da Natureza. E, finalmente,
entendendo o contraste entre o espiritual e o material, ele homenageia ao
Espírito Supremo como estando em contraste com tudo que é visível, até, no fim,
tendo abandonado sua fé em um tal Espírito extramundano como um ser pessoal e,
encantado pela altivez de seu próprio espírito humano, prostra-se diante de
algum ideal impessoal, do qual em auto-adoração supõe ser ele mesmo a venerável
encarnação.” (p. 38).
*12 Confira esse excelente artigo
que lida com essa acusação ao cristianismo, a saber, que ele não passa de uma
forma de domínio social: http://projetoquebrandooencantodoneoateismo.wordpress.com/2012/09/26/tecnica-cristianismo-foi-inventado-para-dominacao-social/
*13 Pretendemos, noutra
oportunidade, dissertar sobre epistemologia relacionada à história.
*14 “Esse foi o caso com o Paganismo, que em sua forma mais geral é
conhecido pelo fato que supõe, assume e adora a Deus na criatura. Isto aplica-se ao mais baixo Animismo, bem como ao
mais alto Budismo. O Paganismo não eleva para a concepção da existência
independente de Deus, além e acima da criatura.” (KUYPER, p. 18).
*15 Os dois subtópicos a seguir
abordarão assuntos que serão melhor elaborados em outros artigos mas que, por
questão de completude, não poderiam deixar de ser mencionados sumariamente
aqui. Eles também dependem do conhecimento dos leitores a respeito dos
pressupostos das ciências naturais, sobre os quais escrevemos no seguinte
endereço (siga toda a série de artigos): http://mcapologetico.blogspot.com.br/2011/09/sobre-ciencia-e-fe-1.html
REFERÊNCIAS
.
A BÍBLIA Sagrada.
Tradução de João Ferreira de Almeida. 2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999. 1334 p.
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CHALITA, Gabriel. Vivendo Filosofia. São Paulo: Atual, 2002, p. 304.
FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007, 1220p.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 560 p.
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SNOWBALL. Técnica: Cristianismo foi inventado para dominação social. Acessado em 11/04/2014, em: http://projetoquebrandooencantodoneoateismo.wordpress.com/2012/09/26/tecnica-cristianismo-foi-inventado-para-dominacao-social/
SPROUL, R. C. Filosofia para iniciantes. Tradução de Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 2002, 208 p.
VOLTAIRE, DIDEROT. Os Pensadores. Tradução de Bruno da Ponte, João Lopes Alves e Marilena de Souza Chauí. São Paulo: Nova Cultura,
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