sexta-feira, 28 de junho de 2013

Aprenda a Ler a Bíblia (Parte 4)



Já estamos em vias de ser diretamente instruídos por Deus, por meio de sua Palavra. Os primeiros passos para a compreensão da Bíblia, o ato de ler, já foram iluminados na lição anterior. Já sabemos o que temos que fazer para uma leitura eficaz. Mas há mais a ser dito sobre isto.
Insistimos que reflitamos sobre os textos lidos. Não podemos, simplesmente, passar os olhos sobre eles e considerar que fomos alimentados pela Palavra de Deus. Isto é irresponsável, se não for blasfemo (querer enganar a Deus com atitudes externas, como as orações dos fariseus - Mateus 6:1-8). É preciso explorar o texto. Para fazer isto, traremos algumas dicas de investigação.
Após lido o texto, é interessante fazer algumas perguntas, trazer algumas questões para ele*¹. Para a interpretação, primeiro, temos que definir que tipo de texto é. Para uma epístola, ou um texto não-narrativo, temos perguntas específicas como: Quem está escrevendo? Pra quem se destina o escrito? Em que situação se encontram os destinatários? E o remetente? Qual o propósito do remetente ao escrever-lhes?*²
Para textos narrativos, histórias, temos outras questões: Quem está falando? Para quem se está falando? O que a(s) pessoa(s) a quem se fala está(ão) passando? Onde é que o evento está acontecendo? Quando o evento acontece?
Além destas questões, algumas outras questões para todo tipo de texto, que ajudam na aplicação do que foi lido são: Há algum exemplo a ser seguido ou evitado? Ensina-se alguma doutrina? Combate-se alguma doutrina? Há alguma promessa? Há algum mandamento? Há alguma exortação?
Nas primeiras devocionais, ao aplicar tais questões ao texto, podemos achar cansativa tal tarefa (ou até desnecessária). Com o tempo, nos acostumaremos a questionar o texto, de modo que teremos esta metodologia interrogativa automaticamente engatilhada em nossas mentes. Assim, vale a pena começar a explorar o texto com essas questões ao lado para, depois, com treino, fazê-las ao batermos os olhos no texto.
Alguém pode notar que tal questionário trará coisas demais para o momento devocional, e concluir que, evidentemente, a(s) questão(ões) que nos chamar(em) mais a atenção é(são) a(s) que devemos nos deter numa devocional. Não podemos, num momento devocional, lidar com todos os mandamentos; lições; exortações; exemplos; promessas e doutrinas que um texto apresentar. O problema com esta metodologia é justamente o de furtar-se, por exemplo, de lidar com um problema que acomete nossas vidas e que o texto apresenta. Talvez a solução seja explorar, com todas as questões, o menor número de versículos possíveis para que não encontremos coisas demais para uma reflexão.
Notem, com isto, que o desenvolvimento da leitura bíblica retarda um pouco, porém, torna-se muito mais profundo. Nós entendemos que vale a pena estudar a Bíblia desta forma. Demorar-se-á muito mais tempo para terminar de ler a Bíblia. Mas, após lê-la desta maneira, teremos aprendido muito mais do que aqueles que somente correram seus olhos por todo o texto e não colheram todo o tesouro.
Uma última dica nesta lição é para que se escrevam as devocionais. Compre um caderninho, ou faça no computador. Selecione o texto e escreva as resposta às questões. Produza, após o questionário, um pequeno texto de um ou dois parágrafos (quem sabe mais!). Faça tópicos sobre o texto para ajudar a relacioná-lo com outros que falam do mesmo assunto (que trazem exortações semelhantes; com mandamentos parecidos; com promessas do mesmo teor; que tocam na mesma doutrina... etc.).
Notar-se-á que a tarefa da leitura bíblica torna-se muito mais séria e envolvente. É mais do que parar cinco minutos e dar uma olhada, uma espiada nas Escrituras. Mas, afinal de contas, é a suprema e bendita revelação de Deus ao homem! Negaremos-lhe a dignidade de nos determos com temor e responsabilidade?
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*¹ Estas questões, com algumas alterações, foram aprendidas nas aulas de Homilética do Ibel com o Reverendo Gilson Altino da Fonseca.
*² A relevância e a forma de descobrir estas coisas serão tratadas numa próxima lição.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Aprenda a Ler a Bíblia (Parte 3)



Uma vez que eliminamos as barreiras psicológicas para o momento devocional (inclusive, pela escolha do texto de maneira responsável, o obstáculo da busca por somente aquilo que nos interessa), temos que aprender a nos voltar para o texto escriturístico. Esta reflexão trará mais algumas dicas úteis para que qualquer leitor interessado consiga fazer leituras bíblicas efetivas, e produza suas próprias devocionais. Nos deteremos na seleção do texto a ser meditado.
Pois bem, uma vez escolhido o livro que faremos nossas devocionais, devemos ir para o seu início. É preciso selecionar uma porção a ser lida por dia. Esta porção é escolhida de acordo com o tempo que cada um tem disponível para meditar. É preciso ter bom senso aqui. O texto deve ser lido; analisado; deve-se meditar nele (talvez até mais do que na hora); e, por fim, devemos orar, falar com Deus a respeito do que lemos. Portanto, separe somente uma parte do tempo para a leitura, e não ele todo.
Vamos supor que dispomos-nos de quinze minutos para as devocionais. Sugerimos, então, a leitura de, no máximo, três versículos como proposta. Porém, é bom ressaltar que estas considerações são apenas métodos para se organizar. Não são regras inflexíveis, como pretendemos mostrar.
Com a proposta de três versículos, devemos nos voltar para o texto. É nele que veremos, de fato, quantos versículos iremos ler. O importante é apanhar uma idéia completa. Se dois versículos forem suficiente para transmitir uma idéia, e os versículos posteriores mudarem o assunto, então devemos parar naqueles dois versículos. Porém, se a idéia completa estiver contida em sete versículos, leremos os sete sem problema algum. Mas devemos ter atenção aqui. Não queremos apanhar um número excessivo de informações, de modo que a meditação fique confusa num turbilhão de idéias. Para exemplificar, permitam-nos apresentar nossa própria experiência.
Estamos meditando, diariamente, como dissemos alhures, no texto de 1 Timóteo. No capítulo 6, versículos 6 a 10, Paulo trata de um tema geral único: a relação do crente com os bens materiais. Porém, ao invés de olharmos para todo esse texto, que trás uma miríade de conceitos, resolvemos nos deter com mais cuidado nos versos de 6 a 8. Ali ele fala sobre contentamento, e no verso 9 e 10 já começa a falar sobre amor ao dinheiro. Preferimos deixar os versos 9 e 10 para a próxima devocional. Os versos 6, 7 e 8 já bastam para meditarmos num dia.
Falaremos um pouco mais de nossa experiência, a título de ilustração. Quando meditamos em 1 Timóteo 3, se não nos falha a memória, olhamos os versos 1 a 7! Embora estejamos meditando em porções menores, este texto exigiu que pegássemos uma porção maior. Não há problema algum nisto.
Há, ainda, outra questão que não podemos deixar de mencionar. Lembremo-nos, como dito em reflexão anterior, que Pedro mesmo admitiu haver passagens difíceis de serem compreendidas (2 Pedro 3:15-16, especialmente verso 16). Às vezes nos depararemos com textos difíceis. Devemos, em oração, buscar fazer o máximo para compreendê-los. Esta empreitada é válida. Pode ser que fiquemos em dúvida sobre seu significado, ou sobre sua relação com outras questões que conhecemos*¹. Quando o texto não nos é decifrado de maneira alguma, nem conseguimos extrair qualquer reflexão sobre ele, devemos, sem receio, postergá-lo, pulá-lo por hora. Certamente não estamos aptos para entendê-lo ainda. Na medida que formos lendo mais a Bíblia e estudando mais doutrinas (nas Escolas Dominicais temos uma oportunidade singular para tal empreitada) teremos mais condições de interpretar e entender textos difíceis*². O autor deste texto mesmo já experimentou tal fenômeno. João 1:1-18 nos era obscuro por demais. Hoje, com um certo amadurecimento, já nos é um texto de deleite.
Mas, atenção, insistimos para que haja esforço para entender o texto justamente para evitar que pulemos textos que digam coisas que não gostamos e que, talvez, sejam justamente o que precisamos ouvir.
O grande lance é destacar alguma idéia, alguma informação bíblica que possa fazer parte de nossas reflexões e meditações. É isto que Deus tem pra nos dizer. E é a isso que devemos nos apegar e 'mastigar bem', para 'digerir' e crescer espiritualmente. Que Deus nos ajude na compreensão de sua Palavra!

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*¹ Em reflexão posterior, trabalharemos esta questão num tópico chamado 'interpretação teológica'.
*² Perguntar para alguém não faz mal. Em uma próxima reflexão, ensinaremos a busca por ajuda em comentários bíblicos. É interessante ficar atento às pregações dominicais para, quem sabe, ser iluminado quanto ao texto numa delas...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Aprenda a Ler a Bíblia (parte 2)

Embora iremos ensinar regras de interpretação um pouco mais profundas do que, provavelmente, as que a maioria dos leitores estejam familiarizados, temos de antecipar nossas lições observando que a Bíblia é, em matéria de assuntos relacionados à salvação e aos princípios éticos gerais (via de regra), fácil de ser lida.
Ela mesma reivindica isto para ela. Porém, ela também reivindica ter suas dificuldades. Refletiremos sobre esta tensão neste estudo.
Bom, para começar, vamos observar, com Charles Hodge, sobre a perspicuidade (clareza) das Escrituras: "Paulo se alegrou que Timóteo fosse, desde a juventude, conhecedor das Santas Escrituras, as quais tiveram o poder de fazê-lo sábio para a salvação [2 Timóteo 3:14-15]. Disse ele aos Gálatas (1.8, 9): 'Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos termos [sic.] pregado, seja anátema'. Isso implica duas coisas - primeiro, que os cristão gálatas, o povo, tinham o direito de sentar-se no tribunal para avaliar o ensino de um Apóstolo ou de um anjo celestial; e, segundo, que tinham uma regra infalível pela qual esse juízo devia ser determinado, isto é, uma revelação de Deus previamente autenticada" (p.138-139). Portanto, é possível uma educação progressiva, desde a meninice, para que alguém torne-se sábio para a salvação; e a Igreja foi considerada por Paulo como apta para avaliar o ensino que lhe fosse trazido.
E, de fato, não é nada difícil compreendermos certas porções das Escrituras. Não há grandes dificuldades em olharmos, por exemplo, para as porções éticas no final das epístolas de Paulo. Qualquer um pode, por exemplo, pegar o capítulo 12 de Romanos e entender uma série de recomendações sobre como devemos viver. Também não é preciso ser um exegeta ou filósofo analítico para olharmos para João 14:6 ou Atos 4:12 para percebermos que não se pode encontrar reconciliação com Deus exceto por Cristo. Portanto, Berkhof observa com maestria que "as Escrituras não se dirigem exclusivamente, nem primariamente, aos oficiais da Igreja, mas ao povo que constitui a Igreja de Deus" (p.51). Fica, pois, estabelecido que cada indivíduo é responsável por si diante de Deus. "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (João 5:39).
Porém, seríamos por demais levianos se parássemos nossa reflexão por aqui. Olhemos para o que Pedro diz: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pedro 3:15-16). Pedro admite que existem coisas difíceis de entender nas próprias Escrituras (e, é interessante observar que eles já tinham em conta os escritos neo-testamentários como sendo Escrituras também).
Roy B. Zuck, no começo de sua obra sobre hermenêutica, trás-nos luz sobre este assunto. Ele observa que o texto de Atos 8, versos 27 a 30 (sobre Filipe e o Etíope) demonstram que, às vezes, é preciso que alguém ensine, explique, esclareça uma porção das Escrituras (p.9-10). Outro exemplo pode ser visto nestas palavras: "Vários meses depois que Neemias concluiu a reconstrução dos muros de Jerusalém e os israelitas haviam-se instalado em suas cidades, o escriba Esdras leu para a congregação no 'livro da lei de Moisés' (os cinco primeiros livros da Bíblia). O povo havia-se reunido em frente à Porta das Águas (Ne 8.1). Esdras leu na lei desde o amanhecer até ao meio-dia (v.3). Os levitas também leran na lei em voz alta, 'claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia' (vv. 7,8). Em consequência, todos do povo se alegraram-se, 'porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas' (v.12)" (ZUCK, p.10).
Assim, é óbvio que existem, também, dificuldades para interpretar a Bíblia. É por isto que a Igreja foi agraciada com mestres. O Espírito outorgou o dom de ensinar, e isto está claro nas Escrituras (Romanos 12:7; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11).
Não obstante, não são dificuldades insolúveis ou imperceptíveis para o 'leigo'. Com as demais reflexões, buscaremos desvendar-lhes os segredos da interpretação bíblica, e, em partes, sanar este problema da semi-obscuridade bíblica, mas não antes de lhes ensinar sobre como fazer uma devocional. Fiquem atentos, portanto, às próximas reflexões.
Lucio A. de Oliveira
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BIBLIOGRAFIA

BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. . Tradução de Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2 ed., 2004, 144p.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Tradução de Valter Graciano Martins. São Paulo:Editora Hagnos, 2001. 1777p.

ZUCK, Roy B. A Interpretação Bíblica. Tradução de Cesar de F. A. Bueno Vieira. São Paulo: Vida Nova, 1994, 360p.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Aprenda a Ler a Bíblia (dicas importantes)

Uma ressalva: Neste blog não preciso valer-me apenas de discursos filosóficos (como já devem ter observado). Portanto, postarei algumas dicas em prol da piedade dos leitores (pios). Bom proveito!
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Pretendemos começar a dissertar sobre como interpretar as Escrituras. Começaremos com uma lição básica sobre devocional. Para começo de conversa, é preciso um guia prático, um método para se ler a Bíblia, para, depois, aprendermos a nos aprofundar com regras mais técnicas. Nesta lição, daremos algumas orientações preliminares.
Bom, inicialmente, temos que falar sobre o momento a qual chamamos de devocional. Este é o momento de culto particular. O momento em que separamos (e devemos serparar) todo dia para buscar a Deus de maneira mais séria e especial, principalmente por meio de sua Palavra. Todos temos de nos voltar para esses momentos. Espero não precisar dissertar sobre isto.
É preciso que reservemos um momento. Quanto tempo? Vai depender de nosso entusiasmo e nível de piedade (e, em outros casos, de tempo disponível, embora, como costuma dizer o pai do autor deste artigo, muitas das vezes que alguém diz que não tem tempo para Deus, na verdade, arruma tempo para todas as outras coisas...). O interessante é ser sincero consigo mesmo, de modo que se consiga ser fiel e constante com estas devocionais diárias.

Quando? O teólogo e também médico D. Martin Lloyd-Jones, contrariando o que muitas pessoas dizem, nos dá recomendações muito interessantes. Sua dica gira em torno de criar uma atmosfera favorável para a leitura: "Um estímulo geral nesse terreno é, com frequência, mais proveitoso do que um estímulo especificamente intelectual. O próprio indivíduo é maior do que o seu intelecto. Não seria essa uma das razões por que os profetas da antiguidade pediam que lhes fosse tocada música, na harpa ou em outro instrumento? [...] Qualquer coisa que nos faça bem, que nos coloque em estado de espírito ou em boa condição, qualquer coisa que nos satisfaça, ou que afrouxe as tensões, e nos deixe relaxados terá valor inestimável. A música faz isso para algumas pessoas, de maneira admirável [...]. Portanto, ouça música ou faça outra coisa - qualquer coisa que você saiba que o ajuda." (LLOYD-JONES, p.171). Em outras palavras, o momento deve ser adequado (e podemos colaborar de diversas maneiras para 'adequá-lo'). Deve ser uma hora que consigamos aproveitar o que formos fazer. Há pessoas (como este autor) que não 'funcionam' muito bem quando acordam; outras que não conseguem pensar direito antes de dormir... etc. O importante é conhecer-se, e estabelecer um horário, para as devocionais, que sabemos que será produtivo. Não reserve o pior momento do dia!

Além de nos decidirmos o horário do dia e quanto tempo, temos de ter ciência do seguinte: "'Aquilo' que sei ser minha maior alegria - a saber, estar sozinho, serenamente, na presença de Deus, consciente dela, meu coração desempedido para adorá-lo - isso é muitas vezes o que menos quero fazer" (STOTT apud LITTLE, p. 161). Ou seja, às vezes temos de fazer a devocional obrigados. Esperar 'querer' fazê-la para depois fazê-la não é pré-requesito essencial. É preciso, muitas das vezes, uma atitude puramente racional; uma decisão firme. E, às vezes, é preciso começar a devocional orando, confessando que não queremos estar ali, e que sabemos que isso é um mau sinal... sabendo que Deus o sabe, e que é misericordioso, pronto a nos atrair para si.
Uma vez que temos tudo isto resolvido, vamos, finalmente, voltarmo-nos para a Palavra. A próxima tarefa é a de escolhermos um texto para lermos. Isso não deve ser feito de maneira irresponsável, nem mística. Como veremos, em outra oportunidade, o texto deve ser lido em seu contexto. Portanto, devemos começar um livro desde seu início, e ir até o fim. O máximo que sugerimos é a escolha de um livro baseado em seu assunto geral, e seu conteúdo. Por exemplo, como o presente autor está lidando com o pastoreio, e é um jovem, resolveu fazer suas devocionais de um tempo pra cá nas Cartas de Paulo a Timóteo, pois sabe que este estava numa situação semelhante, e que preciosos e úteis conselhos poderiam vir à baila. Mas não respeitar esta regra, e ler textos a esmo, nos faz correr o risco de 'ouvir só o que nos agrada'. Dessa forma, filtramos a mensagem do próprio Deus. Às vezes precisamos de um tipo de conselho, instrução, ou de uma repreensão, para nosso bem, mas fugimos disto ao escolher o que leremos de qualquer maneira. John MacArthur Jr. nos dá uma ilustração interessante para as consequências da falta de zelo nesta área: "Talvez você já tenha ouvido a história do homem que, procurando orientação para uma decisão importante, resolveu fechar os olhos, abrir a Bíblia, pôr ali o seu dedo e receber orientação do versículo sobre o qual estivesse seu dedo. A primeira tentativa o trouxe a Mateus 27.5: 'Retirou-se e foi enforcar-se'. Pensando que esse versículo não lhe era proveitoso, o homem resolveu tentar de novo. Dessa vez o seu dedo caiu em Lucas 10.37, destacando estas palavras de Jesus: 'Vai e procede tu de igual modo'. Indisposto a desistir, o homem tentou mais uma vez. Dessa vez o seu caiu sobre as palavras de Jesus em João 13.27: 'O que pretendes fazer, faze-o depressa'". (MACARTHUR JR., p. 109).
Portanto, por hora, aprendamos isto. Separemos um momento adequado, um tempo que pode ser reservado, e um livro adequado (se preciso, conversemos com alguém que entenda mais que nós da Bíblia para que ela indique o livro adequado para nossas meditações, de acordo com o momento que estamos passando). Na próxima meditação continuaremos com lições sobre como explorar os textos. Leiamos a Bíblia!
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BIBLIOGRAFIA
LITTLE, Paul E. Como compartilhar sua fé. Tradução de David A. de Mendonça. São Paulo: ABU editora e Editora Vida Nova. 163p. (e-book).
LLOYD-JONES, D. Martin. Pregação e Pregadores. Tradução de.
MACARTHUR JR, John. F. O Caos Carismático. Tradução de Rogerio Portella. São José dos Campos: Editora Fiel. 395p.
Lucio A. de Oliveira

domingo, 9 de junho de 2013

Meus Debates...

Segue, abaixo, links com os principais debates que já fiz, postados no MCA. Sigam os links no final (às vezes no começo) do artigo para acompanhar as outras partes.
Vou editando este post constantemente, na medida que novos debates forem sendo postados.
Não postei os debates feitos nos comentários de outros artigos. Portanto, aqui estão só os debates que são postagens.



Justificativas para o Ateísmo e para o Teísmo
Este é um dos últimos debates que fiz (e o último que está sendo postado no MCA), neste momento em que faço este artigo. O debate serve para aprender um pouco de erística, e notar a grande desonestidade intelectual que os ateus tratam o inter-fluxo de idéias. Não quero dar mais palpites para que os leitores não sejam, psicologicamente, propensos à minha posição (além da propensão natural, baseada nas crenças particulares).
Neste debate abordaremos questões relacionadas a ética (o que será precípuo). No final, após a desistência, buscaremos mostrar um argumento moral para a existência de Deus. Kant; Nietzsche; Ayer; Craig entre outros filósofos serão mencionados.

Debate com Mórmon
Este foi o primeiro debate postado no MCA. Virão que o debate não segue até o fim. No meio da argumentação, o oponente fugiu. Mas já há elementos úteis a serem discutidos e observados.
Como não há o link para a segunda parte, coloquemos-lo aqui. A terceira parte tem um link nesta segunda.
Aqui o debate gira em torno de questões manuscritológicas e prolegomenais.

Debate com Espírita
Aqui não terminamos o debate também. O espírita fugiu, e valeu-se de ad hominem e ad lapidem (além do clássico complexo de pombo enxadrista). Mas há elementos interessantes no debate. Aqui, o debate é puramente prolegomenal.

sábado, 8 de junho de 2013

Motivos Para Escrever...

Qual a vantagem de se registrar o pensamento? Em que esta tarefa colabora com a reflexão? Como ela nos ajuda a pensar melhor?
Simples. Tomemos um exemplo da matemática, esta personificação da lógica [risco de ter falado besteira nivel hard... hehe]. Tente fazer um cálculo muito complicado de cabeça. Para nós, meros mortais, isto nem sempre é tarefa fácil. O fato é que, no papel, a tarefa fica menos nebulosa. Registrando toda a empreitada ali podemos perceber, por exemplo, um passo falso, um vacilo. Por essas e por outras, escrever é bom. Desde que não se escreva meramente por escrever... desde que se escreva para compreender e para se fazer compreendido (às vezes, por nós mesmos)...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

INTRO



What Is This?

Como muitos de vocês, leitores (alguém?), sabem, escrevo também no blog Ministério Cristão Apologético. Meu interesse para com este blog aqui é amplo.
Por um lado, pretendo expressar minhas reflexões e buscar interlocutores para ampliar o fenômeno dialético. Ou seja, quero colocar minhas idéias em questão. Seguindo a máxima de que duas (ou mais) pessoas pensam melhor do que uma (desde que as demais não sejam acéfalos que só servem para estorvo), expor nossas idéias e lidar com as críticas acelera nosso desenvolvimento. Alguém pode perceber mais rápido (por uma série de fatores que não nos compete trazer à baila neste momento) um detalhe, e nos questioná-lo, de modo que tenhamos que arranjar uma explicação. Em suma, espero que meus leitores sirvam de antítese, para que cheguemos (ou, pelo menos para que eu chegue) a uma síntese.
Como no MCA temos espaço apenas para artigos estritamente apologéticos, resolvemos criar este espaço para outras reflexões. Algumas vezes vou expressar um assunto, uma tese filosófica que está sendo formada em minha cabeça; ou minha compreensão sobre determinado ponto, visando os fins supra-citados. Noutras, vou expor minhas perspectivas sobre assuntos que me interessam. Assim, é um espaço para meus palpites e pitacos também.
Ademais, por vezes tenho que dar explicações similares para as mesmas questões. Por isso, quero também usar este espaço para registrar estas explicações, e poder passá-las, sem precisar ter todo o trabalho de re-escrevê-las, re-elaborá-las...

O NOME DO BLOG

Ah, claro, não poderia deixar, nessa introdução, de justificar o nome do blog. 'Panacéia' (fiquei familiarizado com o termo ao ler o ensaio de Lygia Arauto Watanabe sobre Filosofia Antiga*¹) é um termo que, em suma, quer dizer 'um remédio para tudo' (quem quiser mais informações do wikipédia, clique aqui).
'Teo-referente' é uma expressão cunhada pelo filósofo Davi Charles Gomes para dizer que Deus é o ponto de referência para todas as coisas. Ele é o fundamento ontológico, inclusive, para a verdade (para uma familiarização com Davi Charles Gomes, veja esta entrevista. Noutra oportunidade, esclareceremos e aplicaremos o termo).
Portanto, buscarei as respostas, a partir de uma cosmovisão cristã (que, por definição, é biblicamente orientada), para todo tipo de questões que me vierem, desde que estejam dentro de minhas áreas de pesquisa.
Tenho esperança de que este blog trará algum benefício para seus leitores, e facilitará meu trabalho. Em tudo, que Deus seja louvado!
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*¹ Em 'Primeira Filosofia', 6ª ed., p.20. O legal deste capítulo é que ela trás à luz, para a filosofia antiga, a questão da crítica textual. Noutro momento faremos considerações sobre este texto.